terça-feira, 11 de março de 2008

Seria Warren Ellis deus?

O dia internacional das mulheres ficou para trás, mas o Beco do Crime não poderia deixar passar em branco, então o novo slideshow é uma homenagem a todas as damas fatais que passam pelo blog.
E vamos ao que interessa: Para muitos fãs de quadrinhos este escritor britânico está bem perto de ser considerado Deus... para outros ele é um lixo... Típico caso do ame-o ou odeie-o, Warren Ellis, nascido em Essex, segue firme e forte com um dos mais vendáveis roteirista da atualidade. Responsável pelos sucessos Planetary e Autority, séries violentas e contestadoras, e prestes a assumir o roteiro de Astonishing X-men no lugar de Joss Whedon, Ellis vai ter que se desdobrar para manter o nível, já que a série nas mãos de Whedon, ganhou todos os prêmios possíveis (bom, ‘tá certo que o criador de Buffy contou com a ajuda dos sensacionais de desenhos de John Cassaday). Mas este post não é para falar dos quadrinhos de Ellis e sim, de sua primeira incursão nos romances: Crooked Little Vein, publicada em Julho de 2007. Por um acaso do destino, terminei com um exemplar (em inglês) nas mãos. Estava procurando a obra já tinha algum tempo e não conseguia achar nada por aqui. Com Autority e Planetary arrebentado nas bancas e a expectativa crescendo em torno de Astonishing, achei que era um bom momento para falar um pouco de Warren Ellis e sua nova loucura.
Escrita na primeira pessoa como várias histórias do gênero detetive durão, a trama mostras as desventuras de Michael “Mike” McGill, uma antiga estrela em ascensão de uma famosa agência de investigação que hoje passa por uma interminável maré de azar. McGill é procurado pelo corrupto chefe de staff do presidente dos EUA para uma missão especial: para achar um exemplar muito peculiar da constituição americana. E, é a partir daí que começa a viagem de Ellis: o livro que McGill tem que encontrar foi escrito na pele das costas de um alienígena morto pelo próprio Benjamin Franklin depois de passsar seis noites sendo “sondado” pelos ET's. Quem já escutou falar de contatos imediatos deve entender do que estou falando... O livro passou pela mão de vários presidentes americanos até Richard Nixon perdê-lo em um bordel em São Francisco.
Ellis leva McGill a uma viagem através dos subterrâneos da América, e sem a Marvel ou a DC para segurar sua loucura, o inglês abusa. Pervertidos, loucos, corruptos, ninguém é inocente nesta viagem, palavrões, escatologia, violência, pornografia, Ellis vai enfileirando tudo que imagina nas página de seu livro, sem em nenhum momento perder o fio da meada, o que torna o livro uma excelente história de detetives. As desventuras de McGill, por mais absurdas que se apresentem, são descritas com uma riqueza de detalhes muitas vezes atordoantes. O que só acrescenta pontos a esta ousada estréia.
Quem já leu um pouco do trabalho de Warren Ellis em Authority ou Planetary vai entender o que estou falando, todas as referencias a cultura pop estão presentes nesta obra, sem as restrições de praxe. Divertido e sarcástico, o livro é um verdadeiro achado, depois que a gente se acostuma com todos os palavrões. Vou deixar um link no final com o primeiro capítulo para quem falar inglês (e quiser se arriscar). E só nos resta torcer que alguma editora crie coragem e aposte em Warren Ellis. Quem gosta dos quadrinhos de Ellis vai gostar de sua estréia, eu gostei. E muito!
A propósito, a capa aí de cima é de uma edição limitada e o cara aí do lado é o próprio.

Primeiro capítulo

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom, Lee!!!

Gênio do crime disse...

Oi, Ju,

muito obrigado. Tem sido bastante prazeiroso trabalhar neste blog.

Lee