segunda-feira, 25 de maio de 2009

Mexendo num vespeiro

Antes de mais nada, faço questão de avisar aos fãs do Beco do Crime, que o blog não está abandonado! Apenas alguns outros assuntos têm aparecido, e requerem naquele momento mais atenção que o Beco. Como já disse algumas vezes aqui é um lugar de prazer e a idéia não é ficar escrevendo só para dizer que tem post. O importante é o conteúdo, que tem que agradar a todos e ter um mínimo de relevância. Dito isto, vamos ao que interessa.
Há pouco tempo Stephen King deu uma entrevista e detonou Stephenie Meyer (para quem não ligou o nome a pessoa, ela é autora da série Crepúsculo). Não tinha o menor interesse ou base para participar da discussão, não tinha lido e não tinha vontade de ler Crepúsculo. Por tudo que escutei e li, o livro me parecia uma história para mulherzinha.
Mas por um acaso do destino, caiu em minhas mãos um exemplar do livro, e como cavalo dado não se olha os dentes...
O teor da entrevista de King era bem claro: “Stephenie Meyer sucks!” O autor de Carrie afirmou que a mocinha de Crepúsculo era boa comercialmente, mas literariamente falando, era uma bosta (tá bom, esta interpretação é minha). E comparou o sucesso dela ao de J. K. Rowling, autora da série Harry Potter, que segundo ele é uma ótima escritora.
O argumento dele é simples, a menina não é uma autora de terror, o fato de ter vampiros no livro é apenas um acidente, o livro é um água com açúcar escrito para agradar aos hormônios adolescentes, especialmente às meninas. Com livros como Cujo, Salem’s Lot, A coisa e outros no currículo, Stephen King sabe do que está falando.
E depois de ler o livro, fico a vontade para dizer que estou do lado dele. Apesar de algumas boas sacações, o livro não acrescenta nada à literatura “vampírica”.
Achei tudo muito superficial, absolutamente nada de terror. A própria idéia dos vampiros se estabelecerem em um local onde há pouco sol, já foi muito melhor explorada em 30 dias de noite, genial HQ de Steve Niles (já comentada aqui no Beco).
O fato é que desde que Anne Rice veio com o vampiro “viadinho” Lestat, os vampiros ganharam um glamour e um glitter que não mereciam.
Salem’s Lot (A hora do vampiro), por exemplo, é um livro de horror de alto nível, os vampiros são violentos e maus, como deve ser em obras do gênero. E diferentemente do livro de Meyer, é um livro que o fato dos personagens serem vampiros é essencial à história. Sem vampiro, sem livro.
Stephenie Meyer tem seu mérito, o seu livro vendeu, virou filme, e a moça ficou rica, mas daí, dizer que ela é uma escritora de horror, é ir, muito, mais muito longe mesmo.
Os vampiros, há tempos, merecem melhor sorte, e ao que tudo indica, a hora deles está chegando. Só nós resta aguardar o lançamento de The Strain, estréia de Guillermo Del Toro no gênero. Pelo que já li sobre o livro, acabou a era dos vampiro mauricinhos. O Beco do Crime agradece.

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