
A literatura de modo geral é pródiga de heróis solitários, desde os clássicos do noir, com Sam Spade e Lew Archer, aos homens de ação modernos, como Jack Ryan, Sean Dillon, Scot Harvat ou Robert Langdon. Em comum, todos estes personagens são portos seguros para seus criadores, vendas certas e aparecem em vários livros, tem potencial para cinema, vide Jason Bourne. e vai se criando uma mitologia em torno deles. Gosto de todos os citados acima, e ainda posso falar dos advogados, Dismas Hardy, Sandy Stern e Rusty Sabbich, ou dos detetives, Harry Bosch e Terry Caleb. Todos são ótimos personagens, com ótimos livros, mas como tenho que escolher um para falar desta vez, uni duni tê, o escolhido foi: Jack Reacher!

Sem rumo, sem laços e sem obrigações, portando apenas um cartão de banco e a roupa do corpo, passa a vagar pelos Estados Unidos. Sua fonte de renda é a sua pensão do exército e, eventualmente, o dinheiro que tira de seus inimigos. A sua desculpa é que deseja conhecer o seu país, já que passou a maior parte da vida fora, em bases militares espalhadas por todo o planeta.
Com sangue frio e treinamento militar, Reacher não é adepto da teoria “quando um não quer dois não brigam”, em situações críticas, ele sempre prefere agir primeiro. Segundo ele, quem der a primeira porrada, quase sempre ganha a briga... Além da altura acima da média e do porte de soldado, Reacher traz como herança dos seus anos como policial militar (polícia do exército, diferente da nossa PM) um senso de justiça incomum, e uma enorme habilidade de estar no lugar errado, na hora errada... Normalmente, quando começam suas histórias...
Já li vários livros dele, Dinheiro Sujo, Destino: Inferno (este foi o último, excelente) The Enemy, Bad Luck and Trouble, Nothing To Lose, mas conheci o personagem no livro Um Tiro.
A Trama é simples mas sensacional, começa com a descrição dos passos de um franco-atirador em direção a uma chacina: com controle, precisão, tranqüilidade e seis disparos, cinco alvos são atingidos em frente à sede de uma afiliada da rede NBC (atenção para matemática; 6 disparos, 5 alvos, um tiro...). Pânico, notícia e mistério: todas as evidências apontam para James Barr, um veterano da Guerra do Golfo, como o principal suspeito dos crimes. Barr, alega inocência. E após ser preso dentro de casa pela SWAT, é levado à prisão e fica em silêncio até ser interrogado pelo advogado de defesa David Chapman. "Achem Jack Reacher” é o seu único pedido. A tarefa se mostra complicada para os policiais e para o advogado de defesa, já que ninguém sabe o paradeiro de Reacher após a dispensa do exército.

Algumas curiosidades: Jack é apaixonado por música, especialmente por Blues, tem um dom matemático impressionante, sempre que precisa matar o tempo, Reacher começa a fazer as mais loucas contas, além de ser viciado em café. E, assim como eu, sempre se senta de costas para a parede, de modo que não possa ser atacado por trás. (juro, é verdade, não sei por que, mas tenho medo de ser esfaquedo pelas costas...)
Agora, um pouco sobre o meu xará, Lee Child é o nome artístico de Jim Grant. Nascido na Inglaterra, em 1954. Hoje, vive em Nova Iorque. Dinheiro Sujo foi sua estréia, e logo de cara ganhou o prêmio Anthony Award por melhor romance de estreia. O site do cara é este: http://www.leechild.com. As edições nacionais, quem quiser comprar, pode clicar nas capas aí embaixo.


