sexta-feira, 28 de maio de 2010

Existia vida antes de Chris Nolan...

Rapidinho, (era para sair antes do fim de semana, mas parei para assistir Zumbilândia, hehehe). Sei lá porque cargas d'água este filme me voltou a cabeça... Mas de tanto escutar falarem que o Batman - The Dark Knight é o melhor filme do Batman, achei que já estava na hora de também expressar minha opinião. Acho Dark Knight do cacete! Ponto! Além de ter gostado muito do filme, tenho fortes ligações afetivas com a película de Christopher Nolan (foi o último filme que vi no cinema com meu pai), mas assim como em Batman Begins, ainda tenho uma certa dificuldade em aceitar aquele Batman como o Batman que conheço dos quadrinhos e dos desenhos. E como no primeiro filme de Tim Burton, o filme é o que é graças ao Coringa (tanto Heath Ledger com Jack Nicholson arrebentam).
Então é com este pensamento, que o filme não é exatamente o filme do Batman, e sim do palhaço, é que Batman Dead End cresce tanto no meu conceito.
Batman: Dead End faz parte de um gênero conhecido como fan film (aqui mesmo no Beco já tivemos algumas mostras). Realizado pelo americano Sandy Collora o filme foi lançando durante a San Diego Comic Con, em 2003 e logo depois chegou a internet.
A trama, muito louca, mostra o Batman saindo em perseguição ao Coringa que acaba de fugir do Asilo Arkham. Mas a caçada é interrompida pela chegada de alguns Aliens (sim, o próprio bichão que aporrinhava a tenente Ripley) e uma tropa de Predatores (os inimigos do Dutch, para quem não está ligando o nome a pessoa).
Para quem está se perguntando, como o cara pode considerar uma história tão alucinada um bom filme do Batman, a resposta é mais simples do que parece: pelo simples fato do Batman não usar uma armadura preta a prova de balas...
Collora conseguiu criar um uniforme realista seguindo a linha dos quadrinhos sem ficar rídiculo como ficava em Adam West... tá certo que o físico do ator (Clark Bartram) ajudou mais do que o do barrigudo West. Mas Collora prova que é possível ser fiel sem deturpar tudo... O visual do filme segue a linha consagrada do Morcegão, beco escuro, fumaça... E além de tudo tem uma lutada sem fios, efeitos matrix ou o tigre e o dragão. E, para quem não bota fé, na minha opinião, Kevin Smith também acha que este é o melhor filme do Batman já feito. Para quem quiser conhecer o curta:


A legenda em croata é uma homenagem a Davor Suker... e seguindo a tradição aí embaixo tem algumas dicas do Morcegão para quem quiser:

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Homem morto não conta história

Fãs do Beco, o tempo é escasso e não é sempre que posso navegar por este espaço com a tranqüilade, carinho e atenção que o Beco e vocês merecem, mas como sempre, quando eu consigo é porque tenho uma ótima razão. E desta vez, mais do que nunca o delito faz justiça ao nome do blog.
Quando moleque eu me amarrava em piratas, mas havia poucos filmes, revistas, ou livros. O mais conhecido era o Capitão Gancho... me lembro de ter visto o filme do Polanski e mais tarde A ilha da garganta cortada (razóavel para uma sessão da tarde), li ainda O corsário negro, mas não tinha muito mais que isto. Até aparecer seu Disney e seus Piratas do Caribe (bons filmes, mas sem a realidade e crueldade que os piratas deveriam ter) então quando caiu na minha mão este livro, não pude deixar de passar aqui e dividir com vocês.
Homem morto não conta história. Este sempre foi um dos ditos mais populares e conhecidos entre os lemas dos piratas do século XVII. Mas, parece que no século XXI, isto não é verdade. Homem morto conta história, sim. E muito bem! Latitude Pirata é o mais novo livro do norte-americano Michael Crichton a chegar as livrarias, e mais de um ano após a sua morte. O livro foi encontrado por um assistente de Crichton em um dos seus computadores junto com um outro original, este inacabado. Segundo Jonathan Burnham, um dos editores de Crichton no exterior, o livro foi escrito ao mesmo tempo de Next. Só esta história já tornaria o livro digno de figurar aqui no Beco, mas não é só isto.
Latitudes Pirata se passa em 1665, e a trama começa em Port Royal, Jamaica, quando o corsário inglês Charles Hunter é contratado por Sir James Almont, governador local, para liderar uma expedição a Matanceros, fortaleza espanhola localizada em uma ilha dos caribe. Segundo informações que chegaram a Port Royal, um galeão espanhol repleto de tesouros está ancorado na ilha, aguardando uma escolta para levar seus tesouros a Espanha.
Um parentesis rápido, nesta época havia uma distinção entre piratas e corsários, os corsários, normalmente navegavam sob a bandeira de uma nação, trabalhando como uma espécie de agentes independentes, atacando determinados návios e portos muitas vezes com uma conotação política além de comercial e possuiam com um código de honra rígido. Diferente dos piratas que atacavam com crueldade tudo e a todos, sem nenhum tipo de distinção. Fecha parentesis.
De posse desta informação, Hunter convoca sua tripulação e veleja para capturar a embarcação na própria baia de Matanceros. Entretanto, após poucos dias de viagem, sua própria nau, Cassandra, é capturada por um barco de guerra espanhol, comandado por Cazalla, o infame comandante de Matanceros.
Preso no barco espanhol, Hunter e sua tripulação são barbaramente torturados, mas conseguem empreender uma ousada fuga e retomar a viagem antes que Cazalla consiga retaliar. Começando uma corrida contra o tempo para realizar a missão.
Quando chegam a ilha, os corsários desembarcam no lado oposto da fortaleza e partem em uma árdua jornada através da selva e penhascos do local para invadir a fortaleza por trás antes da volta de Cazallla.
Os corsários ainda são forçados a enfrentar a fúria dos sobreviventes de Matanceros, canibais, traições entre eles e até mesmo um monstro marinho! Todos os clichês dos filmes de piratas dizem presente nesta livro. O que não é um problema, muito pelo contrário.
Seguindo o linha consagrada pelos filmes Onze homens e um segredo e Uma saída de mestre, o autor norte-americano cria um grupo de corsários que conquista o leitor (todos os estereotipos estão presentes, o galã e antiheroi que comanda tudo, ajudante fiel e mais experiente, o personagem cômico, o traidor, a mulher, o silencioso) enquanto parte para a execução do mirabolante plano para roubar o galeão espanhol.
Michael Crichton já havia mostrado em O grande roubo do Trem e Linha do tempo um enorme talento para reconstituições históricas. Detalhista e dono de um timing perfeito, Crichton recria uma Port Royal realista e brutal, como deveria ser na época. Sem medo, o autor mostra os corsários e espanhóis como homens duros dispostos a qualquer coisa para conseguir o seu tesouro.
É um grande alento para quem gosta de piratas, enfim encontrar um livro que retrate de maneira fiel, sem os tons pasteis da diversão para toda a família que a disney e Johnny Depp hoje forçam abaixo da nossa garganta. Sou fã dos livros de Michael Crichton e comecei a ler os livros deles por Rising Sun só depois que parti para os dinossauros e afirmo com certeza que Latitudes Piratas é um dos melhores livros dele exatamente por ter coragem de mostrar sangue! Que pena que o rei está morto. Longa vida ao rei.
Aí embaixo para quem quiser, O parque dos dinossauros e o que começou tudo Sol Nascente: