quarta-feira, 11 de novembro de 2009

uma pérola do fundo do mar

Ah, que saudades das pérolas... Estive lendo os últimos delitos e vi que estavam bem caretas. Já estava na hora de trazer um trash novamente a superfície. E, desta vez tenho algo muito bom, (ou não, depende do ponto de vista). Mas antes, uma pergunta: quem lembra de Debbie Gibson? Lost in your eyes, traz alguma lembrança? Pois é... achei a moça, perdida na vida... e na companhia do infame Lorenzo Lamas! Quem? Renegade, acende alguma luz?
Como estas duas figuras tão diferentes se encontraram? E, o que interessa a gente, onde se encontraram... O filme desta vez foi descoberto no youtube por puro acaso. A princípio, achei que era alguma pegadinha, mas fui fuçando aqui, perguntando acolá, e... era verdade! O nome: Mega shark vs Giant Octopus! Tô falando sério...
Tudo começa quando dois cientistas acidentalmente descobrem um megalodon, tubarão pré-histórico e um octopus gigante enterrados no gelo próximo ao pólo norte. E, graças a um roteirista “genial”, a intrépida dupla chega bem a tempo de presenciar um incidente envolvendo algumas baleias e caçadores ilegais (os caras tem um helicóptero bombas, radares, e depois somem do filme...) que termina por libertar os dois colossus. Um destes cientistas é a própria Debbie Gibson, creditada como Deborah. E o outro é... não, ainda não é Lorenzo Lamas, e sim apenas um zé-mané que nem morre... o cara aparece uns 15 minutos do filme e depois é simplesmente esquecido... não se fala mais nele...
Bom, continuando... os dois monstros pré-histórico estão soltos pelos mares e em busca de comida e logo alguns bizarros acidentes começam a acontecer por todo o mundo, uma plataforma é atacada pelo octopus gigante próxima ao Japão, uma baleia aparece morta na costa dos EUA e, no melhor momento do filme, um jumbo viajando a 15 mil pés de altitude é atacado e derrubado pelo MegaShark!! Sério, o bichinho salta da água e abocanha o jato que voa a 200 milhas por hora (quem não está acreditando, pode conferir o video lá embaixo).
E, logo, o mundo todo pede a ajuda da nossa protagonista, Emma (Debbie Gibson) e seus aliados, o velho professor e mentor, Lamar Sanders (Sean Lawlor) e seu interesse amoroso, dr. Seiji Shimada (Vic Chao) e, como vocês podem notar, nada ainda de Lorenzo Lamas. Quando os três estão juntos, são abordados por agentes do governo e convocados a colaborar nas tentativas de livrar o mundo da dupla pré-histórica. Enfim, vemos Lorenzo Lamas e seu indefectível rabo de cavalos como Allan Baxter, agente responsável pela crise (mais uma pergunta, qual agência militar deixaria alguém no alto da cadeia de comando usar o rabo de cavalo ridículo de Lamas).
Uma das tentativas de resolver o problema envolve usar feromônios para atrair os bichos e depois capturá-los para estudo. O interessante é como eles chegaram a esta idéia. Depois uma noite de sexo entre Debbie Gibson e o japa, o dois tem um “estalo”. O plano era levar o tubarão para a baía de São Francisco e prendê-lo por lá. Como podem ver na imagem acima, não deu muito certo...
E assim, o filme vai seguindo cheio de frases feitas, efeitos canhestros e situações óbvias e irreais, até o confronto final, na beira de uma fossa abissal, onde os dois titãs terminam por se enfrentar em um confronto até a morte.
Mega Shark vs giant octopus foi lançado direto em dvd, como todos os filmes produtora The Asylum. O que foi ótimo para todos, vamos ser sinceros. O filme tem seus momentos e é claramente um trash (e breve um clássico do gênero). Quem gosta vai se esbaldar. Podem ir sem medo que é diversão na certa. Divirtam-se como trailer e façam sua escolha. Ah, a Debbie Gibson continua bonitinha. E o Vascão voltou!


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Bendito é o fruto...

Mais um delito no Beco. Agora vou pagar a promessa de alguns dias atrás. Já falei de Watchmen e agora vou falar de Y – the last man, até porque já tinha um tempo que não falava sobre quadrinhos, e se o investimento nestas duas obras valeu o retorno.
Y – the last man é uma série de quadrinhos criado por Brian K.Vaughan e Pia Guerra e parte da premissa simples que todos os mamíferos macho (cães, gatos, golfinhos, morcegos, homens... ) do planeta morreram simultaneamente, com a exceção de Yorick Brown e seu macaco de estimação, Ampersand (momento cultura inútil, ampersand = &).
No meio de um mundo onde a sociedade como conhecemos foi destruída pelo caos que veio com o colapso de toda a infraestrutura, Yorick busca uma maneira de se reencontrar com sua noiva que na hora da praga estava na Austrália.
Neste nova vida, os dois machos restantes tem de enfrentar inúmeros perigos e as tribos de mulheres que vão se formando, grupos que se culpam pelo fim dos homens, outros que comemoram este fim, mas todos com planos para Yorick e Ampersand.
Li o primeiro volume lançado recentemente aqui no Brasil e gostei muito. Já era do trabalho de Brian K. Vaughan, desde Runaways até a sensacional Ex-Machina e vinha esperando uma edição decente de Y com muita ansiedade. Pia Guerra ainda não conhecia mas os desenhos dela são muito bons, realmente uma ótima surpresa.
Yorick é um personagem cativante, cheio de citações e com um humor meio debochado, os outros personagens da série também são bem interessantes, em particular a agente 355, uma misteriosa agente do governo americano que é escalada pela nova presidente dos Estados Unidos para acompanhar e proteger Yorick na sua jornada. A interação entre os dois é responsável pelos melhores momentos da série.
E quando os viajantes, em Washington, encontram um grupo de mulheres usando o Monumento a Washington como um altar para louvar os homens exterminados é de rolar de rir.
Principalmente quando o jovem tenta se aproximar para prestar suas homenagens.
O único porém é a qualidade da edição... achei cara (mas no meu atual momento, tudo está caro...) e enquanto lia, tinha a sensação que a revista ia se despedaçar nas minhas mãos a qualquer momento. Odeio um livro que vai desfazendo e deixando páginas pelo caminho... Livro no Brasil é produto caro e deveria ter uma qualidade melhor, até admito que um livro comprado em um sebo possa sofrer destes males, mas uma revista, saída do plástico, é um absurdo! Mas, este é assunto para outro delito...
Dizem que tem um filme a caminho, com o próprio Brian K. Vaughan responsável pelo roteiro. Tomara que seja verdade. Esta série merece uma boa adaptação.
Para aqueles que gostam de um bom quadrinho, Y – the last man, é uma excelente pedida, (a grana foi melhor gasta aqui que em Watchmen) mas cuidado ao manusear...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Who watches the watchmen?

Esta semana resolvi investir em dois assuntos que há muito vinha querendo me aprofundar. Como disse no twitter (como?? Você não segue o geniodocrime? Não acredito, vai lá e dá um follow!) peguei Watchmen para assitir e comprei um encadernado de Y – The last man.
E como prometi as minhas impressões (e já estava mesmo na hora de um outro delito aqui no Beco) vou começar por Watchmen, já que ainda não li Y.
Primeiro, uma rápida recapitulação do que é Watchmen: Escrita pelo “louco” inglês Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, Watchmen é uma série de quadrinhos publicada DC Comics entre 1986 e 1987. Considerada um marco na evolução dos quadrinhos, a série introduziu abordagens e linguagens antes ligadas apenas aos quadrinhos mais alternativos, além de lidar com temática de orientação mais madura e menos superficial. O sucesso de crítica e de público que a série teve ajudou a popularizar o formato conhecido como graphic novel .
Watchmen foi, no contexto dos quadrinhos dos anos 80, junto com A Queda de Murdock e O cavalheiro das trevas (SENSACIONAL), de Frank Miller e Maus, de Art Spiegelman, – um dos responsáveis por despertar o interesse do público adulto para uma mídia considerada infanto-juvenil.
A série faturou inúmeros prêmios, entre estes destacam-se: os Prêmios Kirby e Eisner, além de uma menção especial no tradicional Prêmio Hugo, voltado à literatura fantástica e ficção-científica além de ser a única obra em quadrinhos presente na lista dos 100 melhores romances eleitos pela revista Time.
A trama se passa nos EUA de 1985, um país no qual justiceiros fantasiados são realidade. O país vive um momento delicado no contexto da Guerra Fria e está em vias de declarar uma guerra nuclear contra a União Soviética. A história envolve um grupo de super-heróis do passado e do presente e os eventos cercam o misterioso assassinato de um desses heróis. O grande barato desta obra é que Watchmen trata os super-heróis como indivíduos reais, que enfrentam problemas éticos e psicológicos comuns a todos nós, lutando contra suas neuroses e defeitos.
Lembrando sempre que todo o contexto de Watchmen fazia grande sentido dentro da época em que foi escrito. Ao tentar reler a obra recentemente, senti que muito do apelo tinha se perdido.
Dito isto, vamos ao filme... Desde do fim dos anos 80, se falava em transpor a obra de Moore e Gibbons para o cinema, grandes nome já estiveram associados ao projeto, inclusive muito se falou em Arnold Schwarzenegger como Doutor Manhattan, mas sempre foi dito que a série era “infilmável”.
Até que surgiu Zack Snider. Logo na estréia o diretor apresentou ao público Dawn of the dead e recriou os filmes de Zumbis, com seus morto-vivos frenéticos. A seguir, uma adaptação de quadrinhos, 300, baseado na obra de Frank Miller. E, como seu terceiro filme, veio a oportunidade de dirigir Watchmen.
Zack faz um filme tecnicamente perfeito. Música, efeitos, visual, escolha de elenco, tudo foi pensado, estudado e realizado com esmero, não há um porém nesta área, e o roteiro do filme segue a risca a história de papel, quem leu a obra, sabe o que vai acontecer a seguir e espera com ansiedade por isto. A sensação que o diretor passa, é que usou os quadrinhos originais como storyboard. (apesar da grande alteração no final e de algumas eliminações em todo do andamento da história). Então, qual o problema de Watchmen?
Acho que exatamente esta fidelidade total de Snider é o que prejudica o filme. Quando terminei o filme, fiquei com a impressão de que ainda faltava alguma coisa... Durante um certo tempo, você fica mesmerizado com o visual, mas depois que o efeito passa, é que se nota que a guerra fria já era... e muitas das críticas do filme ficaram velhas com o tempo. Faltou um pouco de ousadia na adaptação, existem tantas novas críticas que poderiam ser feitas hoje mas o diretor preferiu requentar um prato velho. Uma pena. Fiquei decepcionado, esperava mais, principalmente de Zack Snider, já que o Alan Moore eu sempre achei um chato mesmo...
Agora, é ler com calma Y, e torce para ter um retorno de parte do meu investimento!

domingo, 4 de outubro de 2009

Grande descoberta

Pintou um tempinho, então voltei ao Beco (que agora é olímpico!). E desta vez, não pretendo enrolar muito. Vamos direto ao delito da vez. Sanctuary. Para quem não sabe do que se trata, imagino que a grande maioria, esta é uma série do Sci-fi Channel, originalmente produzida em 2007 direto para a web em oito episódios de 15 minutos aproximadamente.
Idealizada por Damian Klinder e produzida e dirigida por Martin Wood, Sanctuary foi filmada utilizando-se a combinação de computação gráfica com live-action (O bom e velho fundo verde). Esteticamente, Sanctuary seria alguma coisa entre 300 e Sin City, mas na minha opinião o visual está muito mais para a série Dark Angel de Jéssica Alba. A maior parte da série é feita desta forma com todos os cenários inseridos depois por computador. Já vi algumas pessoas reclamando dos efeitos, eu achei o visual da série muito bom, extremamente bem acabado e cuidado, e olha que neste ponto sou chato para cacete.
A história de Sanctuary lembra um pouco X-men. A série acompanha as aventuras da Dra. Helen Magnus, interpretada por Amanda Tapping, seu novo aliado, o psiquiatra forense, Will Zimmerman (Robin Dunne) e sua filha Ashley (Emilie Ullerup). Juntos eles rastreiam, estudam, ajudam e protegem estranhas e (as vezes) terríveis criaturas que vivem escondidas no nosso mundo. Para quem achou parecido mesmo com os mutantes, tem até um carecão misterioso na série.
Embora muitas vezes tratados como peças de pesadelos infantis ou apenas fios monstruosos de nossa imaginação, a Dra. Magnus, sabe que a natureza está cheia de erros e triunfos e no Santuário tem as provas de que estes pesadelos e sonhos são reais, muito reais.
Com a ajuda relutante de Will, psiquiatra com o “dom” de encontrar os casos mais estranhos e curiosos, e de sua bela e perigosa filha, a doutora se envolve com vampiros, sereias, dragões, fadas e uma variedade a seres sobrenaturais, míticos e alienígenas que estão livres pelo mundo. A medida que a história avança, o espectador vai descobrindo um pouco mais do passado dos personagens e o porque deles se envolverem nesta empreitada. Vários mistérios vão se desenvolvendo em tramas paralelas, alguns são resolvidos e outros aprofundados e deixam os espectadores com água na boca, ansiosos pelos próximos episódios. Vários rostos conhecidos da ficção vão dandos as caras pela série, Jack, the ripper, Nicola Tesla, Sherlock Holmes... E em cada episódio um novo mistério se apresenta a equipe. O espectador descobre que a história da doutora Magnus começa na Inglaterra vitoriana e vem até os dias de hoje e que o Santuário tem um inimigo tão misterioso e poderoso quanto ele próprio, a Cabala.
O elenco muito bem entrosado é um outro ponto forte da série. Amanda Tapping é talentosa e já tinha alguma experiência com ficção científica, já que a atriz participava de algum Stargate, mas ainda não tinha visto nada dela. Tapping está ótima como a misteriosa Dra. Helen Magnus, sem que falar na beleza. (aí, cuecas, vale uma olhada!). Emilie Ullerup é outra oriunda de algum Stargate (pó, tem umas trinta cinco séries e eu nunca consegui saber qual é a boa, a ruim, a nova...) e apesar da franjinha esquisita, também mata a pau como Ashley Magnus, e não deixa a desejar na comparação com a mãe (então, cuecas, duas olhadas!) e o Robin Dunne (a cara dele não me é estranha, deve ter participado de um stargate também...) não está mal no papel de Will Zimerman, a química entre os três é muito boa. O elenco de apoio tem alguns personagens bem interessantes, como os moradores do Sanctuary, Big Foot e Henry Foos, dupla responsável por alguns dos momentos mais engraçados da série e o carecão misterioso, John Druit (Christopher Heyerdahl, com participações em? Adivinhem só: Stargate!), que divide um passado com a doutora Magnus.
Descobri a série por acaso, navegando pela internet e li/escutei muito pouco dela por aqui, tive um tempo e paciência e resolvi arriscar. Não estou nem um pouco arrependido. Estou terminando de ver a primeira temporada, e gostei muito do que vi até aqui, e já digo que já estou louco para assistir a segunda! Então, vocês que gostam de ficção científica, podem correr para internet e procurar Sanctuary! Não vão se arrepender! O site oficial da série é: http://sanctuaryforall.com e aí embaixo tem dois videos para vocês conhecerem a série, divirtam-se!




sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Por onde começar?

Assuntos diversos atrasaram um pouco as coisas aqui no Beco, mas é hora de limpar a teia de aranha e partir para um novo delito! (Até que enfim!) Mas antes, uma palavrinha dos nossos patrocinadores: www.livrosilimitados.com.br, o melhor lugar para novos autores, velhos autores e autores em geral. Quem quiser publicar alguma coisa, pode passar lá que não vai se arrepender! E, o Beco do Crime estreou no twitter, é só procurar por Geniodocrime e passar a seguir as novidades do seu blog predileto. E vamos ao que interessa.
Durante conversas, sempre que o assunto é literatura, eu termino por mencionar que Stephen King é um dos meus autores favoritos. E, invariavelmente, vem a pergunta: qual o melhor livro dele? Seguida por: Qual devo ler primeiro? Perguntas difíceis... e de respostas parecidas... A coisa, O cemitério (mais conhecido, por Cemitério Maldito, devido ao filme), O Iluminado, Carrie, A hora da zona morta, A dança da morte... e posso citar todos. Mas acho que posso citar um que todos que gostam de um bom suspense devem ler: Jogo Perigoso (Gerald's Game).
Diferente dos seus outros livros mais badalados onde o fantástico se destaca, desta vez Stephen King não faz uso de vampiros, lobisomens, ets, aparição... O terror é puramente psicológico e possível de acontecer com qualquer um, mas só uma mente bizarra consegue pensar nisto e colocar no papel!

A história começa numa sexta feira, com Jessie Burlingame e seu marido Gerald no quarto da sua isolada cabana no Maine (como não podia deixar de ser em um livro de Stephen King) onde o casal foi para um fim de semana romântico. Gerald, um bem sucedido advogado com uma personalidade agressiva, está tentando revigorar a vida sexual do casal, e esta viagem inesperada, traz muitas surpresas para Jessie. Logo, ela se vê algemada a cama num jogo que ela já participou, mas não tem vontadade de repetir. E quando expressa sua opinião, seu marido acho que ela está interpretando seu papel. Quando Gerald sobe na cama, pensando que seus protestos são falsos, ela o chuta no peito e no saco (ai!), provocando a queda da cama, um trauma na cabeça, um ataque cardíaco e sua morte.
Jessie se vê sozinha na cabana, presa a cama, incapaz de se mover e pedir socorro. O fim de semana que começou quente, em questão de minutos se tornou um pesadelo. Não resta outra opção a Jessie a não ser esperar que alguém apareça, hipótese pouco provável, já que partiram da cidade sem avisar ninguém, exatamente para não serem incomodados.
Durante a sua provação, Jessie recebe a "visita" de um faminto vira-lata, que, para seu horror (e de leitores) começa a se alimentar do corpo Gerald.
Mais uma vez, Stephen King dá uma aula de como prender o leitor, assim como em Misery (O livro Angústia, o filme Louca Obsessão), o autor transforma uma situação cotidiana em momentos de tensão e puro terror.
Por que recomendo a leitura? Não é todo mundo que tem saco para ets, fantasmas escondidos na paredes, troços de outra dimensão, gatos zumbis... Jogo Perigoso é um livro angustiante e perturbador, mas é uma excelente amostra do que Stepheh King é capaz. E uma ótima leitura e serve também de aviso para aqueles mais assanhados no fim de semana.
A propósito, marca nova no blog, acho que faz juz ao tempo que estive sumido. Acho que agora os delitos serão mais freqüentes. De bônus, o clipe de Pet sematary, dos Ramones. E espero que tenha valido a espera.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Bola na rede é gol!

Caiu na área é pênalti, o futebol é uma caixinha de surpresas, o importante são os três pontos. Todo jogador de futebol que se preze conhece estas frases, todo peladeiro e fã de futebol também. Aqui no Beco não é diferente, o futebol corre na veia. Mas e na Inglaterra? Será que os fãs são tão fanático quanto aqui em terra brasilis?
Segundo Nick Hornby, sim!
O inglês lançou seu primeiro livro em 1992, Fever Pitch (Ou Febre de Bola) e logo estava na lista dos mais vendidos. O livro, meio que autobiográfico, conta a história de um sujeito apaixonado pelo Arsenal (para quem não conhece, um time de futebol inglês). A história acompanha a vida do cara desde o divórcio dos pais, quando descobre o time, e o adota como uma figura paterna. Hornby é um grande escritor, e mais do que isto gosta de futebol, poucas vezes vi (se é que vi alguma vez) um livro que mostra o pensamento do torcedor do maneira tão íntima, a vida do sujeito é praticamente agendada em função dos jogos dos Gunners (apelido do time), quando tem que ir a um casamento ou qualquer outro tipo de evento no dia de jogo, fica com raiva e mau humorado (bom, e com toda a razão...), seu estado de espírito é sempre condizente com o posição do time na tabela ou com o resultado do último jogo. Em um fase de vacas magras do time londrino, sem títulos e perspectivas, o cara resolve acompanhar um time da terceira divisão, só para não deixar o futebol de lado, e passa a freqüentar jogos na manhã de sábado atrás das paróquias de igrejas, muitas vezes levando a namorada do momento junto. As grandes contratações são comentadas e comemoradas e as jogadas já estão sendo sonhadas antes mesmo de entrarem em campo. Os momentos marcantes da vida do personagem sempre estão associados a algum jogo, começo de namoro? Logo depois de Arsenal 2, Liverpool 0.
Li o livro há algum tempo, e sempre recomendo para meus amigos de pelada ou de estádio. O grande barato de Febre de Bola são os momentos no estádio, sem entrar em detalhes do jogo, Hornby descreve o que sente durante o jogo e as companhias, gente que só encontra quando vai ao estádio, sentando sempre no mesmo local. Quem vai a estádio de futebol sabe do que estou falando.
O sucesso de Nick Hornby aguçou os sentido de hollywood, e logo uma adaptação de Fever Pitch foi lançada, mas como todos em hollywood só pensam no próprio umbigo, várias licenças poéticas foram tomadas, a história vai para os Estados Unidos, o esporte vira baseball, e o livro vira mais uma comedia de amor água com açúcar. Se é para adaptar, que façam direito cacete! Até por que o livro já foi adaptado, em 1997 com roteiro do próprio Hornby e com Colin Firth no papel principal.

Com Fever Pitch, Nick hornby prova que o torcedor é o mesmo, seja em Highbury ou em São Januário, e o sentimento não pode parar!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Com silicone, ou sem silicone

Realmente, os delitos aqui no Beco estão mais lentos do que o desejado. Algumas vezes a culpa é minha (sou preguiçoso, mesmo.), outras falta assunto ou mesmo tempo. Mas, o importante é que o Beco não para, apesar de em alguns momentos parecer o Rubinho... hehehe.
E, como diria o velho Januário de Oliveira, "taí, o que você queria!"
Neste tempo de silicone, tanto na frente quanto atrás, fica muito difícil distinguir o que é real do que é falso. Muitas vezes a mentira é melhor que a realidade, outras vezes é muito maior!
Em Hollywood, o computador transformou todo mundo em cineasta, e em muitos casos, os trabalhos são de primeira. Aproveitando disto, o Beco apresenta para vocês alguns trailers feitos por fãs.



O filme do Lanterna Verde acabou de ser confirmado, e o trailer com silicone já apareceu na rede.


Já o filme dos Thundercats é falado mas nunca confirmado. Já foi dito que seria feito em CGI, mas os fãs não querem nem saber, a versão live-action já está pronta, e com grande elenco.



e para as fãs do Di Caprio, que tal o trailer da continuação de Titanic?



Bill Murray e Dan Aykroyd já falaram que querem voltar, o roteiro já está sendo trabalhado, mas o trailer já está pronto...
O que os fãs não fazem parar tentar convencer os produtores que seus objetos de devoção são vendáveis. O que nem sempre é verdade, mas que são divertidos, são.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Mexendo num vespeiro

Antes de mais nada, faço questão de avisar aos fãs do Beco do Crime, que o blog não está abandonado! Apenas alguns outros assuntos têm aparecido, e requerem naquele momento mais atenção que o Beco. Como já disse algumas vezes aqui é um lugar de prazer e a idéia não é ficar escrevendo só para dizer que tem post. O importante é o conteúdo, que tem que agradar a todos e ter um mínimo de relevância. Dito isto, vamos ao que interessa.
Há pouco tempo Stephen King deu uma entrevista e detonou Stephenie Meyer (para quem não ligou o nome a pessoa, ela é autora da série Crepúsculo). Não tinha o menor interesse ou base para participar da discussão, não tinha lido e não tinha vontade de ler Crepúsculo. Por tudo que escutei e li, o livro me parecia uma história para mulherzinha.
Mas por um acaso do destino, caiu em minhas mãos um exemplar do livro, e como cavalo dado não se olha os dentes...
O teor da entrevista de King era bem claro: “Stephenie Meyer sucks!” O autor de Carrie afirmou que a mocinha de Crepúsculo era boa comercialmente, mas literariamente falando, era uma bosta (tá bom, esta interpretação é minha). E comparou o sucesso dela ao de J. K. Rowling, autora da série Harry Potter, que segundo ele é uma ótima escritora.
O argumento dele é simples, a menina não é uma autora de terror, o fato de ter vampiros no livro é apenas um acidente, o livro é um água com açúcar escrito para agradar aos hormônios adolescentes, especialmente às meninas. Com livros como Cujo, Salem’s Lot, A coisa e outros no currículo, Stephen King sabe do que está falando.
E depois de ler o livro, fico a vontade para dizer que estou do lado dele. Apesar de algumas boas sacações, o livro não acrescenta nada à literatura “vampírica”.
Achei tudo muito superficial, absolutamente nada de terror. A própria idéia dos vampiros se estabelecerem em um local onde há pouco sol, já foi muito melhor explorada em 30 dias de noite, genial HQ de Steve Niles (já comentada aqui no Beco).
O fato é que desde que Anne Rice veio com o vampiro “viadinho” Lestat, os vampiros ganharam um glamour e um glitter que não mereciam.
Salem’s Lot (A hora do vampiro), por exemplo, é um livro de horror de alto nível, os vampiros são violentos e maus, como deve ser em obras do gênero. E diferentemente do livro de Meyer, é um livro que o fato dos personagens serem vampiros é essencial à história. Sem vampiro, sem livro.
Stephenie Meyer tem seu mérito, o seu livro vendeu, virou filme, e a moça ficou rica, mas daí, dizer que ela é uma escritora de horror, é ir, muito, mais muito longe mesmo.
Os vampiros, há tempos, merecem melhor sorte, e ao que tudo indica, a hora deles está chegando. Só nós resta aguardar o lançamento de The Strain, estréia de Guillermo Del Toro no gênero. Pelo que já li sobre o livro, acabou a era dos vampiro mauricinhos. O Beco do Crime agradece.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Filhos para que tê-los?

Galera, por várias razões, o Beco ficou esquecido (nunca abandonado), mas agora tudo deve voltar a normalidade dentro do possível. Então, vamos deixar as desculpas para lá e partir para o que interessa.Filhos, para que tê-los? Muita gente faz esta pergunta antes de tentar ter um, muita gente faz esta pergunta depois de ter... O fato é que estas criaturinhas são capazes das coisas mais absurdas, e muitas vezes, você tem certeza que ela só faz isto para te sacanear... Aqui no Beco do Crime, já falei do Calvin, mas sempre há outros personagens para fazer justiça ao título deste delito. Denis, o pimentinha, a família da série Blondie (aqui conhecida aqui como Belinda), Os Skrotinhos do Angeli, só para citar alguns... Uns dos que mais me agradam são os filhos da tirinha Baby Blues, aqui na terra brasilis, chamada de Zoé e Zezé.A série acompanha a vida de um casal, Darryl e Wanda McPherson desde o nascimento da sua primeira filha, Zoey (ou Zoé), passando pelo nascimento do segundo (Hammie, Zezé) e da terceira Wren (ou Zilá). As tiras diárias mostram o cotidiano de um jovem casal que tenta criar os filhos da melhor maneira possível, mas sempre esbarram nos desejos das crianças.Conflitos de irmãos, briga com os pais, tudo é motivo para riso nesta genial criação de Rick Kirkman e Jerry Scott. 
Mas neste caso específico as crianças ainda são quase bebês.Quem tem filho sabe que a coisa piora muito quando chega a adolescência. Tudo é muito mais trágico, mais dramático, mais cômico...
Os adolescentes, então, são uma raça a parte, capazes das atitudes mais absurdas e com as respostas mais desbaratadas possíveis. Para ilustrar o que digo, chegou em minhas mãos um relato real de uma mãe desesperada:
"Como Diria Vinícius: 'Filhos, melhor não tê-los'..."
Imagine que você tem um filho adolescente em casa e que já o advertiu milhões de vezes que, se a chave dele ficar atravessada na fechadura por dentro, a sua não abre a porta por fora.
Imagine que você chegou do trabalho, com fome, cansada e que ainda tem que preparar o jantar para tal criatura.
Imagine que você tem a sua chave, ela gira na fechadura, mas a porta não abre.
Aí ao longo de cerca de 1h e 40 min você toca, ao mesmo tempo, telefone, campainha e interfone, mas a pessoa não acorda.
Aí você fica convencido de que a pessoa, de fato, morreu lá dentro.
Aí você pede pro porteiro desligar a luz do AP, porque sem o ar condicionado, quem sabe ele acorda.
Aí o porteiro te diz que não dá não. Simples assim.
Aí você pensa que a única solução é o chaveiro.
Aí começa a chover.
Aí todos os chaveiros estão fechados.
Aí você fica sabendo que tem um 24 h na quadra da praia.
Aí você chega lá e ele te cobra R$65,00 pelo serviço, advertindo que a  fechadura Papaiz, que é bem cara, ficará irremediavelmente danificada  e precisará ser substituída.
Aí você apela para o emocional e diz ao chaveiro que já esta preocupada, que é o seu filho que está lá dentro...
E ele te responde que, nestes casos, é só ligar pro bombeiro que ele salva.
Aí o sacana acorda e te liga perguntando onde diabos você está.
Você está ensopada, com dor de estômago, quase chorando.
E não pode meter a porrada porque se não ainda vai ter que pagar analista.
É isso. Um dia você saberá...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Obrigado, papai.

Meu pai foi o cara que me ensinou a andar de bicicleta, nadar, jogar bola e junto com minha mãe me incutiu o prazer da leitura. Durante muito tempo, um comprava um livro para outro já pensando em ler o presente, depois que eu saí de casa, os livros passaram a viajar de um lado para outro, às vezes, voltava um livro que o outro já tinha lido. Nem sempre os gostos eram os mesmos, volta e meia vinha uma bomba para cá, ou segundo ele, um torpedo para lá...
A última recomendação dele foi a série do comissário Montalbano, de Andrea Camilleri. No início fiquei um pouco receoso (um pouco de preconceito, confesso) não imaginava que um velhinho italiano conseguisse escrever um bom policial. Mas Andrea Camilleri é bom demais!
Salvo Montalbano, comissário de polícia na fictícia Vigàta dos dias de hoje e personagem central inúmeros romances, novelas e contos. Sucesso de vendas na Itália, (o que significa alguns milhões de exemplares vendidos de cada livro), já teve várias histórias transformadas em filmes para televisão.
Camilleri conta que, após escrever o primeiro romance de Montalbano, A forma da água, não tinha intenção de manter o personagem. Porém o sucesso do livro levou-o a desenvolver outras tramas e fazer de Montalbano um protagonista singular: o siciliano circula numa realidade que não responde às exigências da lógica elementar, move-se entre obscuridades e indefinições, tem marcas humanistas fundas, mas nem sempre as manifesta em meio às aparências e às cerimônias que deve desempenhar no cotidiano.
Nas histórias de Camilleri, a personalidade única do comissário é exposta de forma direta e, na maior parte das vezes, risível. O texto, escrito de forma simplificada – principalmente pela escolha das palavras e pela ordem direta das frases – apresenta a Sícilia ao leitor.
O humor de Montalbano oscila, de ensolarado a nebuloso, conforme o clima da ilha. Come com voracidade e em quantidades impressionantes, mas ritualiza as refeições. O seu bom gosto gastronômico e as detalhadas descrições do autor sempre me dão água na boca. É quase sempre machista. É vulgar, grosseiro, e nas horas de humor nebuloso ou diante de obrigações burocráticas, é mestre em dar respostas ásperas e pelos palavrões, seus comandados na delegacia são sempre vítimas deste mau-humor crônico. Tem uma namorada, Lívia, que mora em Gênova, mas é ciumento e quase sempre quando envolvido em um caso, esquece da moça. Em suas aventuras, sempre se envolve com alguma bela mulher, que no final das contas termina sua amiga. O mais interessante de Salvo Montalbano é que nos livros e contos que li, ele apesar de resolver todos os casos (algumas vezes, a inspiração/solução vem quando eles está no banheiro...), nunca efetua uma prisão...
Aí em cima, tem uma foto de Montalbano e Livia da série de TV. Recomendo a leitura, quem gosta de um bom policial vai adorar. E papai, obrigado.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Live and let die

Primeiro post do ano! Desculpem a demora. O Beco está de volta. E o delito da vez vem do fundo do baú. Quem já lê o Beco sabe que eu sou chegado numa naftalina, principalmente em literatura. Nas minhas andanças por aí, achei uma preciosidade exposta numa destas bancas de livro que ficam na rua. Um exemplar de 007 - Encontro em Berlim. A última obra de Ian Fleming com James Bond, a edição é de 1966, custou de 3 pratas, e ainda sobreviveu a uma reforma no meio do caminho, a capa tem os respingos de tinta para contar história!
O livro traz 3 contos, Octopussy, The living daylights e Property of a lady. São textos rápidos, e apresentam um James Bond um pouco diferente das versões imortalizadas no cinema.
Em Octopussy, James Bond é enviado às bahamas para capturar um herói da segunda guerra acusado de assassinato e de roubar um lote de ouro nazista. 007 aparece pouco na história, já que a maior parte da trama é um flashback mostrando o que realmente aconteceu do ponto de vista do Major Dexter Smythe. O nome Octopussy é usado por causa do polvo que o major tenta se aproximar nos recifes onde mergulha em frente sua casa.
Já em The Living Daylights, um estranhamente desiludido James Bond é enviado a Berlim para proteger um desertor durante sua fuga. A missão de 007 é evitar que um assassino da Kgb, conhecido como Gatilho, acerte o fugitivo durante a travessia. Durante o periodo de tocaia, Bond descobre que gatilho é na verdade uma bela loura que ele já vinha observando a um tempo de seu esconderijo. Ao desobedecer as ordens da missão, 007 se recusa a matar a moça, mas a fere, possibilitando a fuga do desertor. Seguindo o clima melancólico do personagem principal, o fim da história mostra James Bond esperando ser demitido por M, por ter falhado na sua missão. Diferentemente de Octopussy, a trama de The living daylights, foi praticamente toda aproveitada no filme de mesmo nome, com Timothy Dalton como James Bond.
E em The Property of a Lady, o agente é engarregado de investigar uma funcionária do serviço secreto, Maria Freudenstein, suspeita de ser uma agente dupla. Na trama, um Ovo de Fabergé, rara e cara peça de joalheria, de propriedade da moça, vai ser leiloada na Sotheby´s, e a KGB, pretende inflacionar o leilão para pagar os serviços de sua agente. Bond vai ao leilão para identificar o agente da KGB e forçar sua expulsão de Londres. Alguns elementos desta história foram incorporados a outros filmes do espião, a venda do ovo, faz parte da trama do filme de Octopussy.
Aí embaixo tem a abertura dos dois filmes, Octoppussy e The living daylights. Divirtam-se!