terça-feira, 28 de dezembro de 2010

All in!

Atenção meliantes e fãs do Beco! Novo delito no ar. E rápido vamos ao que interessa. Por mero acaso descobri esta série, nada que me chamasse a atenção a primeira vista, mas olhando com um pouco mais de cuidado descobri alguns pontos interessantes e resolvi assistir para ver do que se trata. Primeira temporada no pen drive e vamos a luta! Depois de metade do primeiro ano visto, posso dizer que a série muito legal! O nome? Castle! e do que se trata? ora, é para isto mesmo que estamos aqui!
A partir do momento que um serial killer usa as tramas dos seus livros como inspiração para seus crimes, o bem sucedido escritor de thrillers Richard Castle, primeiro é interrrogado como um suspeito, porém é inocentado. Curioso com o caso, consegue uma permissão do prefeito de Nova York para acompanhar e ajudar nas investigações. Com uma visão diferente dos policiais, o irriquieto escritor acaba por ajudar muito mais do que o esperado e de quebra desenvolve um interesse pela detetive chefe das investigações, Kate Beckett. O sucesso desta empreitada e o interesse na bela policial, levam Castle a solicitar permissão do prefeito (novamente) para continuar acompanhando o dia a dia dos policiais com a desculpa de fazer pesquisa para o novo livro que está escrevendo (situação que lembra o filme The hard way,1991, com Michael J. Fox e James Woods). Logo, o escritor consegue se tornar popular com os caras do departamento ao mesmo tempo que estabelece uma relação de amor e ódio com a policial Beckett. Com um pensamento fora dos padrões policiais convencional, anos de experiência em criar crimes e criminosos e contatos na alta sociedade de Manhattan, Castle prova ser um excelente aliado para os policiais. Mas ainda tem que continuar a sua vida normal, escrevendo seus romances - A série do personagem Dereck Storm, com 26 romances publicados e a nova série da detetive Nick Heat), criando a esperta filha adolescente (que mora com ele) e aturando a mãe, uma doida diva da broadway que também se aboletou no seu luxuoso apartamento.

Até agora um montão de clichê óbvios de séries policiais, então fica a pergunta, o que Castle tem que merece estar no Beco do Crime? Vamos a parte fácil da coisa, a série tem roteiros excelentes e personagens bem desenvolvidos. Richard Castle é interpretado por Nathan Fillion, conhecido por seu papel de Malcolm Reynolds, na série Firefly, de Joss Whedon. Cínico na medida exata, Fillion está ótimo no papel do escritor milionário que usa suas amizades e dinheiro para conseguir informações e recursos que os policiais comuns não conseguem. O episódio onde reclama do café ruim da delegacia e depois compra uma máquina de expresso é hilário (apesar de meio batido, já tinha visto a piada em outras séries policiais, mas a atuação de Fillion vale o ingresso.) Outro grande trunfo da série, é a detetive Kate Beckett, interpretada pela bela Stana Katic. A atriz consegue uma ótima química com Fillion, seu personagem apesar de fã dos livros de Castle, (a principio) não suporta o escritor, mas aos poucos passa a aceitar a ajuda e intromissão do "detetive", ao mesmo tempo que vai se abrindo ao charme cafajeste dele. E, em nenhum momento deixa passar a oportunidade de dar uma sacaneada em Castle: já o algemou a carros para que não contaminasse uma cena de crime, já o prendeu por levar evidências para casa...

Quando descobre que o personagem do próximo livro do escritor é baseada em nela, fica possessa e não aceita de jeito algum a homenagem, ainda mais quando descobre o nome: Nick Heat, nome de stripper segundo ela! Mas a série é lançada e ao longo das temporadas podemos acompanhar o sucesso dos livros (a título de curiosidade, Heat Wave, o primeiro título da série, foi lançado de verdade pela Harper Collins, estreando no 34º lugar na badalada lista de bestsellers do New York Times)
Mas o que realmente me conquistou, foi o jogo de pôquer do escritor. Nesta primeira temporada, Castle dividiu a mesa com alguns nomes pesados da literatura policial, como James Patterson (criador do detetive Alex Cross - vivido nas telas por Morgan Freeman), Stephen J. Cannell (criador de Esquadrão Classe A, Homem da máfia, Anjos da Lei entre outros) e Michael Connelly (criador de Harry Bosch e Terry Caleb). Ver estes monstros sagrados em situações corriqueiras é sempre muito legal, e jogo do grupo é divertissímo, com todos discutindo técnicas de escrita, e casos de seus personagens, quando descobrem que Castle pretende "matar" seu personagem principal as reações são as mais divertidas, Patterson chega a comentar: você acha que vou meter uma bala na cabeça de Alex Cross? No primeiro episódio, quando a polícia está sem idéias e não sabe como continuar as investigações, Castle, na mesa de jogo, conversa com seus parceiros sobre "um novo livro que está trabalhando" mas que chegou a um impasse que ele não consegue solucionar. A respostas dos outros autores, o leva a resolver os crimes. Com a morte de Cannell, em 2010, o jogo foi suspenso em respeito a memória do escritor e produtor, mas a vida segue, e já foi comentado que o jogo deve voltar logo, e um dos cotados para ocupar o lugar vago é ninguém menos que Stephen King! Aí, sim que não largo mais a série.



Para os fãs de séries, é uma ótima pedida, e confesso que no apagar das luzes, não esperava algo tão bom. (na verdade foram duas surpresas, Castle e Sherlock - que depois da virada eu volto a comentar), e para não perder o jeito, trailer e um promo da 2ª temporada aí embaixo,




quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Elementar meu caro, Noel

Vamos lá, último delito do ano, aqui no Beco do Crime, este está na ponta da língua (do mouse? Do dedo? Sei lá, acho que alguém tem que atualizar estes termos...) já tem um bom tempo.
E para começar, uma celeuma, o delito envolve o maior detetive da literatura, e sinto muito, apesar da minha adoração, não é o morcegão... desta vez, estou falando de mr. Sherlock Holmes, imortal criação de Sir Arthur Conan Doyle.
Conheci o detetive comprido e esquisitão ainda antes de fazer 15 anos. Meu avô sempre me encheu de livros, Jules Verne, Edgar Wallace e dentre eles, um dia veio uma edição de O cão dos Baskervilles. Na época, me lembro que ainda demorei um pouco para pegar o livro, não sei porquê... mas quando comecei, não consegui parar!
Com poucas páginas, já sabia que estava lendo um personagem que iria marcar minhas leituras. A partir daquele livro, os livros de detetives viraram uma febre, mas com um porém, não valia roubar. Ou seja, graças a Holmes e Watson, uma trama deveria ser objetiva e real (na medida do possível para ter um bom livro, é claro)... nada de absurdos ou soluções que ignoravam o que acontecia antes. (um bom exemplo disto é O Crime do Mosaico).
Depois de O cão dos Baskervilles, meu avô, a cada vez que me encontrava, ia completando a coleção, O signo dos quatro (todos os meus amigos leram este, não sei como o livro ainda está inteiro de tanto que rodou...), Um estudo em vermelho, O vale do terror, memórias de Sherlock Holmes, aventuras de Sherlock Holmes... a coleção (pelo menos esta que ganhei) tem nove livros e reúne todas as histórias de Conan Doyle para o personagem.
A primeira leitura de tudo foi meio caótica, sem me preocupar com nada, a medida que ia ganhando os livros eu ia lendo, só mais tarde eu percebi que existia uma ordem cronológica das histórias. As releituras já foram seguindo esta ordem, o que torna a obra muito mais interessante, já que desta forma é possível perceber outras informações que a princípio não eram importantes ou passavam despercebidas.
Antes de continuar, uma breve descrição do personagem para situar os desavisados: Sherlock Holmes é um personagem de ficção da literatura britânica criado pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle. Holmes é um investigador do final do século XIX e início do século XX. Surgiu no romance A Study in Scarlet (Um estudo em Vermelho) editado e publicado originalmente pela revista Beeton's Christmas Annual, em 1887.
Além do aspecto erudito, o detetive não demonstra muitos traços de sentimentalismo, preferindo o lado racional de ser. Mas, em inúmeras ocasiões, Dr. Watson diz que a "máscara gelada" de Holmes cai, dando mais humanidade ao personagem. Holmes apresenta alguns hábitos peculiares como a prática de artes marciais como boxe, esgrima de armas brancas e de bengala. Além disso, é um exímio violinista. Domina misteriosamente e incrivelmente uma vasta quantidade de assuntos do conhecimento humano, tais como Geografia, História, Química, Geologia, Línguas, etc. E este vasto conhecimento é sempre empregado na resolução de seus mistérios.
Fisicamente, Holmes era magro, vigoroso, com rosto agudo, nariz aquilino, olhos cinzentos penetrantes, ombros retos e um jeito sacudido de andar, segundo a descrição do próprio Watson, era uma figura marcante e diferente, capaz de se transformar através de vários disfarces.O seu grande inimigo, também dotado de extraordinárias faculdades intelectuais, é o professor Moriarty. Em 4 de maio de 1911, após uma luta feroz, Holmes e Moriarty desaparecem nas cataratas de Reichenbach, perto de Meiringen, na Suíça. Os protestos dos leitores foram tantos e de tal forma violentos, que Doyle foi obrigado a ressuscitar seu herói após esse verdadeiro assassinato.
Holmes acaba reaparecendo no conto "The Adventure of the Empty House", com a engenhosa explicação que somente Moriarty havia caído e como Holmes tinha outros perigosos inimigos, ele havia simulado sua morte para poder investigá-los melhor. Este é um bom exemplo do “roubar” que falei no começo do post, depois de matar o cara, Doyle conseguiu de maneira lógica, trazer o personagem de volta, sem desrespeitar a inteligência dos fãs, a volta do personagem não é automática, mas gradual, e durante várias histórias, o autor vai insinuando que Holmes poderia ter sobrevivido. (quem gosta de stephen King e leu Misery, sabe que o personagem principal passa por um problema semelhante). Holmes finalmente aposenta-se em Sussex por volta de 1939, onde cria abelhas.
Na obra de Conan Doyle, os personagens se envolvem em inúmeros crimes, e algumas altercações violentas. Mas este espírito aventuresco dos originais se perdeu um pouco pelas várias adaptações que muitas vezes se empenhavam nas descrições vitorianas e aspectos psicológicos e deixavam a ação em segundo plano.
Por isto quando li que Guy Ritchie dirigiria uma adaptação do personagem, e que pretendia focar na ação fiquei empolgado. Mas nem tudo que reluz é ouro, e agora mais polêmica, o filme do inglês não é um filme do Sherlock Holmes! Antes de mais nada, o personagem NUNCA poderia ser interpretado pelo Robert Downey ( acho ele um ótimo ator, mas não era o papel para ele), Holmes é alto, magro, meio desengonçado. Um pouco alienado das coisas triviais é verdade, mas nem perto do que foi retratado no filme! Quando assisti ao filme a sensação que tive era que estava vendo Tony Stark (neste caso, Downey era o cara mais que certo para o papel) que tinha viajado no tempo com um dos seus brinquedinhos... O filme é um filme de ação muito bem feito, mas baseado em uma obra que nem mesmo era do Doyle! Porra! Será que era pedir muito um roteiro em cima de O Cão dos Baskervilles? Muito dinheiro desperdiçado, muito confete para um filme que não era do personagem real... a sensação que tive era: fui enganado... uma pena, confesso que espera muito mais do filme e esperava um pouco mais de respeito por um personagem histórico da literatura mundial....
Algumas curiosidades sobre o personagem, John Lescroart escreveu dois livros com um personagem chamado Auguste Lupa que seria filho de Sherlock Holmes, e para confundir ainda mais, se tornaria Nero Wolfe, de Rex Stout... Holmes apareceu também em uma história do Batman, dando as caras no final da história e o Batman fica meio que sem ação, como um fã nerd...
E a frase do titulo, Elementar, meu caro Watson, nunca foi dita pelo personagem. Foi criada em uma das inúmeras adaptações que foram feitas em cima da obra de Conan Doyle...
Quem quiser uma versão atual de Holmes, pode assistir a série nova da BBC, o trailer está aí embaixo, o personagem atualizado para o ano 2000, é muito mais Conan Doyle que o Holmes de Guy Ritchie e Robert Downey!



Hohoho, um feliz natal para todos. Quem clicar nas capas pode comprar os livros (escolhi os dois que gosto mais).

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

hohoho, ainda não é natal, pô!

Amigos do Beco, tantos trabalhos, tantos projetos que o Beco ficou um pouco parado. Vi tantas coisas, li tantos livros que agora está difícil até escolher o que falar, o que comentar, o que criticar...
Vou tentar facilitar meu lado e o de vocês, e vou inventar o delito “powerpoint”. Vou falar um pouco de um monte de coisa, como uma apresentação do famigerado. Vou tentar fazer de maneira atrativa e organizar tudo de uma forma lógica (ou não... afinal, se ficar muito fácil nao tem graça). E, vamos ao que interessa:

Livros:

Os Crimes do mosaico – o livro de Giulio Leone traz o poeta italiano Dante Alighieri, no papel de um dos priores de florença, que se vê envolvido em uma trama de assassinatos e conspirações. O que me levou a ler o livro foi a obra de C.J. Samson narrando as aventuras do advogado corcunda Mathew Shardlake. Ao contrario dos livros de Sanson, O crime do mosaico deixa a desejar no principal atrativo, a caracterização histórica. Em nenhum momento consegui imaginar a Florença de Dante, o autor não se mostra capaz de realizar a viagem no tempo necessária para criar o clima de época. E neste ponto o livro perde muito... uma decepção, confesso que esperava mais.

Abraham Lincoln, vampire hunter – grande livro. Confesso que não conhecia nada da vida de Lincoln, e nunca imaginei que ele tivesse sido um caçador de vampiros (hehehe). O livro de Seth Grahame-Smith retrata a vida do ex-presidente americano da infância até seu assassinato (?), o autor mostra um grande talento na hora de mesclar os fatos reais com a ficção, muitas vezes usando um para justificar o outro. Fiquei preso nas páginas deste livros, não queria largar. mesmo. Ótima surpresa, mas para os fãs de terror e sangue, para quem gosta de vampiro fosforecente, sugiro outra coisa (os mais sensíveis, podem clicar aqui). E o final é surpreendente.

Os coletores – Livro que deu origem ao filme do mesmo nome, com Jude Law e Forest Whitaker. Eric Garcia, autor também de Matchstick Man (que virou o filme Os vigaristas), arrebenta com a história de um coletor de órgãos artificiais que após um ataque cardíaco recebe um coração mecânico e tem que fugir dos seu antigos empregadores. Muito legal! Escrito como um diário deste coletor azarado, o autor consegue prender a atenção a medida que vai revelando o que levou o personagem a esta situação. Gostei muito, fiquei curioso para ver o filme e para conhecer as outras obras do autor. O que nos leva a parte dois deste delito:

Filmes:

Anonymous Rex – Baseado no livro do Eric Garcia, aí de cima (grrrr, não consegui o livro...), o filme feito direto para o sci-fi channel, parte da premissa que os dinossauros não foram extintos, mas evoluíram junto aos humanos e vivem escondidos entre nós, disfarçados como gente comum. O personagem principal é Vincent Rubio, um t-rex que trabalha como detetive particular e tem que desvendar o assassinato do irmão da namorada do sócio, o filme é bem legal (com as devidas limitações de um telefilme, que fique claro), no elenco a gente encontra Sam Trammell, de True Blood e Daniel Baldwin, um dos irmãos (bem) menos famoso do Alec. Divertido, mas com restrições, já estou sabendo que aconteceram várias “adaptações” em relação ao livro.

Zombies Strippers – Já falei aqui no Beco deste filme, mas ainda não tinha conseguido assistir, agora já assisti. E, bom, para quem estiver curioso e quiser ver, uma recomendação: limpe a mente, prepare o espírito e divirta-se. É o filme perfeito para terça feira a noite. Sem compromisso, sem pretensões, e depois esqueça tudo que assistiu. E conta com a presença de Jenna Jameson e Robert Englund, o Freddy Kruger original, em um papel impagável como o proprietárido do bar onde a estória (?) se desenrola. filme b típico.

Dirty Harry – quem gostou do capitão Nascimento, vai adorar as histórias de Harry Calahan. Interpretado por Clint Eastwood, “Dirty” Harry Calahan é um policial violento e disposto a fazer qualquer coisa em busca da justiça! Sempre em conflito com um superior “bundão” muito mais preocupado em agradar as autoridades máximas de São Franciso do que em combater o crime, Harry resolve seus casos a bala, cada tiro, um corpo. O primeiro filme da série, Dirty Harry é um filmaço, e é onde a gente ouve pela primeira vez a frase: “Do I feel lucky? Well, do ya, punk?”. E “Go ahead, make my day”, do filme de 83 foi eleita a frase mais conhecida do cinema, ficando a frente de “I’ll be back” de Schwarzenneger em O Exterminador do Futuro. O legal de assistir a estes 5 filmes hoje é ver o velho Clint bem novo, diferente do que já estamos acostumados. Não importa o gênero, é para quem gosta de bons filmes!

Blind date – um aviso aos afobados, não é pornô! Um dos últimos filmes do gênio Blake Edwards, traz um Bruce Willis saindo da TV para o cinema no papel de Walter Davis, um pobre contador que tem sua vida virada de cabeça para baixo quando aceita levar Kim Basinger (ainda uma supermodelo e não atriz) para um jantar de negócios de sua empresa. Ótima comedia, a química de Willis e Basinger está perfeita, e o filme apesar de velho, ainda arranca boas gargalhadas.

Próximo passo, séries de TV:

Hawaii 5-0 – lembro de dormir ao lado do meu pai quando era moleque e ele assistia a esta série, tinha boas lembranças do pouco que não assisti (hehe), por isto fiquei curioso em ver a série nova. Tenho acompanhado semanalmente, e até agora não me arrependi, muito boa! Os episódios estão cheios de ação, são bem amarrados, o elenco está muito bem, com o Scott Caan dando um banho como o haole (quem não entender, pode procurar no google). Alem disto o visual do hawaii ajuda muito, sem falar na Grace Park. Por enquanto está valendo.

True Blood ­– já está na 4 temporada... e eu ainda estou para terminar a segunda... Estou indo devagar mesmo, curtindo aos poucos. Antes de começar a assistir, li o primeiro livro de Charlaine Harris, gostei, então resolvi arriscar. A série é bem legal, com a Anna Paquin desfilando de shortinho quase que o tempo inteiro. A primeira temporada acompanha o primeiro livro quase que inteiro com poucas adaptações, nada que quebre o ritmo ou que atrapalhe o desenrolar da história. A segunda está indo bem, apesar de já ter escutado que é a mais fraca.

The Walking dead – Seis episódios e um gosto de quero mais... excelente! Agora é segurar a ansiedade enquanto espero a próxima temporada. Zumbis muito bem feitos, um requinte visual apurado, uma das melhores séries que já vi (até agora). Durante esta espera vou me concentrar nos quadrinhos que ainda não li. O que nos leva ao próximo nível deste prosaico delito. Já escutei algumas pessoas reclamando do final da temporada, confesso que achei bem legal, não consigo imaginar o que eles queriam, todo mundo sentado, almoçando feliz, pô?

Quadrinhos:

Umbrella Academy – Tenho lido pouca coisa, mas posso destacar que ter um exemplar autografado pelo Gabriel Bá já é um grande plus. A série é bem interessantee descompromissada (mas não desleixada, há uma grande diferença). Criada e escrita por Gerard Way, da banda My Chemical Romance e desenhada pelo Gabriel, a série acompanha a história dos membros da Umbrella Academy, um grupo de jovens com poderes especiais. Mal tinham nascido, cada um desses super-heróis modernos foi levado para morar com o senhor Reginald Hargreeves (um alienígena que se passava por um famoso empresário), a fim de serem treinados para salvar o mundo de uma ameaça ainda não identificada. Muito louco! Foi uma das coisas legais que li neste período, sem falar nas capas de James Jean. Aguardo os outros volumes e Casanova.

Cowboys e Aliens – sou fã do Jon Fraveau, então quando vi que ele iria dirigir a adaptação, resolvi conferir o original antes. Confesso que me decepcionei, achei a idéia muito legal, mas a execução da coisa deixou a desejar... Os desenhos não são nada demais, e a história é toda truncada com saltos de tempo, bem fraquinha... e quando comparei a história com a sinopse do filme, notei que são duas coisas bem diferentes... fiquei até com a sensação de que li a história errada...

É galera, fico por aqui, espero ainda voltar antes do natal.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

a faca e o queijo na mão

Outubro já era... Tantas coisas estão acontecendo que não estou tendo tempo para vir aqui no Beco do Crime fazer minha terapia. Mas, nem tudo está parado, continuo na ativa. E cometendo meus delitos aqui e ali. Desta vez, o delito é bem especial: em 2007, eu comecei uma pós-graduação, e logo no começo um dos meus novos amigos, sabendo que eu trabalhava numa editora, me trouxe um livro de um amigo para eu dar uma olhada e se fosse o caso apresentar as autoridades competentes.
Uma semana depois, uma das meninas da editora me chega com o mesmo livro, que recebera de uma outra fonte, para eu dar minha opinião. Não acredito em coincidências. E, resolvi meter a cara no troço.
Confesso que quando vi o volume, primeira obra de um autor desconhecido com mais de 500 páginas, achei um pouco presunçoso... mas já que o livro parecia me perseguir, resolvi dar uma chance. O delito de hoje é exatamente a resenha que foi apresentada a editora, que arrumando uns arquivos por aqui, achei enterrada no fundo de um HD externo.

A Batalha do Apocalipse – Eduardo Spohr

Partindo de um evento bíblico, o autor cria uma trama cheia de ação e mistério, desde os tempos antigos da Babilônia até um futuro próximo. Tendo como fio condutor a eminente chegada do apocalipse, o livro conta a história de Ablon, um anjo que sobreviveu ao expurgo do céu, quando Lúcifer tombou e foi para o inferno e que hoje vive entre os humanos sem poder voltar ao céu, já que foi banido pelo arcanjo Miguel.

A história mostra a luta de Ablon para defender os humanos de Miguel, que com a ausência de Deus, assumiu o controle do céu e reina no paraíso com mão de ferro. Como um déspota, Miguel tenta a todo custa apressar o apocalipse para assim exterminar de uma vez a raça humana e governar sozinho toda a criação.

Na obra se encontram todos os tipos de anjos citados na bíblia, querubins, arcanjos, demônios e outras castas. Alguns nomes comuns para quem conhece um pouco de religião estão no livro, muitas vezes em papéis importantes, como o próprio Miguel, Gabriel, Lúcifer e Asmodeus, Orion, Belzebu e por aí vai.

A autor entra a fundo nos detalhes da guerra que se desenrola no plano espiritual entre os exércitos de Miguel e Lúcifer e todos os outros que são envolvidos no conflito, como Ablon e uma feticeira humana, Shamira, que conheceu na antiga babilônia.

Sem em nenhum momento tentar dar um cunho religioso ao seu trabalho, o autor usa toda esta temática religiosa para criar uma atmosfera diferente para contar a história do Anjo que vive entre nós. Com riqueza de detalhes, ele leva o leitor uma viagem por diferentes épocas de nossa história, muitas vezes passando por momentos conhecidos da história, como por exemplo o nascimento de Cristo e a queda da Babilônia.

A história é interessante e bem escrita apesar de em alguns momentos a riqueza de detalhes quebrar um pouco um ritmo e prejudicar o andamento da trama, gostei muito do livro. Todos as citações a anjos e demônios talvez sejam um pouco confuso para alguém que não tenha alguma bagagem religiosa, mas na minha opinião não atrapalham em nada. Como ponto negativo, acho que a riqueza de informações pode ser um problema, a cada momento que Ablon relembra suas agruras pela história, o autor descreve locais, hábitos da época, vestimentas e outros detalhes minuciosamente. Acho que estas informações devem ser confirmadas antes de serem passadas para os leitores como verídicas. Na realidade, o ponto forte do livro são estes detalhes, se forem reais o livro ganha muito, mas se tudo isto for “fabricado” pelo autor, acho que o livro perde grande parte do seu apelo.

Por razões que desconheço, o livro não emplacou lá. Eu saí, e depois de um tempo, comecei a minha própria editora, e tive a oportunidade de conhecer o Eduardo pessoalmente. Não conseguimos também trabalhar juntos, mas o livro, hoje, é um sucesso e o Eduardo, um amigo e exemplo de onde é possível chegar se você realmente quiser correr atrás.
A batalha do Apocalipse já teve várias capas, eu gosto da primeira, lá de cima, que depois voltou, adaptada na nova edição, revista, revisada e segundo o próprio Eduardo bem melhor que as anteriores! Mas, quem vai comprar agora (é só clicar na capa aí debaixo), não vai ter o prazer de encher para a boca para dizer: EU LI ANTES!!

e para explicar, o título do delito, nem sempre estar com faca e o queijo na mão é sinal de que você vai degustar o queijo... alguma vezes o queijo escapa...

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Tiro para todo lado!

Vou aproveitar que o blogger ainda não me detonou novamente e rapidinho apresentar um novo delito para os fãs do Beco. E desta vez, vamos longe no tempo e para o Arizona! É hora de bang-bang no Beco do Crime! E, nada melhor do que Clint Eastwood para detonar uns malfeitores e tomar um whiskey!
High Plains Drifter, ou O estranho sem nome, é o filme! E que filme! Segundo longa metragem dirigido pelo velho Clint, o filme foi lançando em 1973.
A trama começa com um estranho cavalgando pela cidade de Lago, em algum lugar do Arizona. Sob os olhares de todos da cidade, o estranho amarra seu cavalo na porta do saloon e entra para tomar um trago. As primeiras frases de Eastwood no filme são: – Cerveja... e uma garrafa.
Após servi-lo, o barman, pergunta: Você quer mais alguma coisa?
E a resposta, é no melhor estilo cowboy de Eastwood:
– Apenas uma hora de paz para beber!

Que, é claro, ele não consegue... Três pistoleiros começam a aporrinha-lo e o seguem até o barbeiro, quando o Estranho senta para fazer a barba, um dos três entra, gira a cadeira e leva um a balaço nas fuças! Os outros dois são mortos a seguir com tiros certeiros e impressionantes. E até agora, o pistoleiro não disse nada além das frases do bar. E vai dizer muito pouco no filme todo... mas quando abre a boca suas tiradas são inspiradas e sarcásticas...

Saindo do barbeiro, a caminho do estábulo, com a garrafa de whiskey na mão, Callie Travers, uma moça alegre da cidade, força um esbarrão e o insulta. Seguindo a linha machão casca-grossa, Eastwood dá-lhe um tapa na cara e arrasta a moça para o estábulo e a estupra. E o filme está só começando...
Logo, Eastwood fica sabendo que os defuntos que conheceu mais cedo, eram contratados da cidade para proteger os cidadãos de uma gangue que vai ser libertada da prisão em breve. E mais uma vez é incomodado quando tenta fazer a barba e tomar seu banho, agora pelo xerife que oferece o emprego dos pistoleiros para ele. A princípio, o Estranho recusa, mas quando o xerife diz que ele pode pedir o que quiser na cidade, a coisa muda de figura e Eastwood começa a abusar da moleza que recebeu.
Expulsa os outros hóspedes do hotel para ficar sozinho, obriga o armeiro da cidade a entregar armas para todos os cidadãos da cidade de graça para se defenderem e outros absurdos.

A atitude e rancor do pistoleiro é meio inexplicável, até a primeira noite de Eastwood no hotel. O cowboy tem o sono atormentado por um violento pesadelo, onde um xerife é chicoteado até a morte por três pistoleiros, a vista de todos os moradores da cidade, que não tomam nenhuma providência.

Mais a frente é revelado que os assassinos, os três que estão prestes a serem libertados, foram contratados pelos administradores da cidade para darem cabo do xerife Duncan e evitar a revelação de fatos comprometedores sobre a câmara de Lago.

Esta situação e outras passagens sugerem que o Estranho pode ser uma reencarnação do espírito do xerife, apesar de isto nunca ser citado ou sugerido explicitamente no filme.

O filme é ótimo, violento e cheio de atitude, como um bom filme do Beco deve ser! Os mais novos que só conhecem Clint Eastwood da fase posterior a Pontes de Madison, têm a obrigação de ver o filme e descobrir os primórdios de uma lenda do cinema.

Agora, o grande barato deste filme, e uma das razões para estar aqui no Beco, é a homenagem que foi feita por Frank Miller em "Daredevil" #219, uma história do Demolidor que saiu aqui em um Capitão América da Abril (caramba, tem tempo isto, tô ficando velho), chamada "Badlands". A história é sobre uma pequena cidade onde um homem é espancado até morte por uma gangue de motoqueiros com correntes de motocicleta. Um personagem sem nome, para muitos o próprio Matt Murdock, chega a cidade e após ser assombrado no sono por pesadelos numa trama atualizada de Um estranho sem nome!

Outra informação interessante é a presença de Geoffrey Lewis com o chefe da gangue, o veterano ator hoje em dia é figurinha fácil em filmes B e séries de TV, e no fim dos anos 90 foi o "mestre" do Van Damme no filme Double Impact.

A seguir o trailer do filme e o video do banho interrompido...





sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ash e o protetor do tofu!

Depois de passar um tempo derrubado, o Beco do Crime voltou ao ar! Não vou nem perder tempo me alongando na grande sacanagem que o Blogger aprontou e vou logo falar do delito da vez!
Conforme prometido aos fãs do Beco, é chegada a hora de: My Name Is Bruce.
O filme, de 2008, é estrelado e dirigido por Bruce Campbell. Para quem não sabe quem é, Bruce é o ator-assinatura do diretor Sam Raimi, ele além de estrelar a trilogia Evil dead, aparece em vários outros filmes do diretor em papéis pequeno, mas sempre marcantes, como em Darkman, onde só aparece na última cena ou na série do Homem Aranha, onde seus personagens estão sempre “atazanando” Peter Parker.
My name is Bruce é uma comedia, e das boas! Escrito por Mark Verheiden, o grande mérito do filme é não se levar a sério. Em momento algum!
A história começa na pequena cidade mineira de Gold Lick, no interior do Oregon, quando Guan-Di, um vingativo deus da guerra chinês (e protetor do Tofu!), é acidentalmente libertado por adolescentes (óbvio) do cemitério onde protegia as sepulturas de trabalhadores chineses que morreram em um acidente no século XIX.
A missão do monstrego, agora, é eliminar todos aqueles que violaram as sepulturas, incluindo os seus familiares, que vêem a ser toda a população de Gold Lick...

Quando o número de mortes se torna elevado, a comunidade tem que encontrar uma solução, e um jovem (Jeff, o mesmo responsável por libertar Guan-di) resolve “convocar” o seu grande ídolo Bruce Campbell para enfrentar o monstro.
A princípio, o astro imagina que tudo não passa de um pegadinha do jovem Jeff, armada junto com seu agente (interpretado por Ted Raimi, irmão de Sam) e não leva muita fé no trabalho. Eventualmente começa a gostar do papel de herói, graças as bebidas grátis e da atraente Kelly (a bela Grace Thorsen), mãe de Jeff.
Tudo foge do controle quando Bruce resolver levar toda a cidade para um confronto com o deus chinês e as coisas não saem como o planejado. De cara para o monstro real, e não um sujeito maquiado e de roupa de borracha com o esperado, Campbell foge de volta para o seu trailer e larga Gold Lick e seus moradores a própria sorte.
Enquanto enche a cara e reclama da vida, ele recebe um telefonema de Jeff informando que vai enfrentar Guan-di sozinho. E resolve tomar uma atitude.
O filme é engraçadíssimo. Bruce Campbell sempre foi um canastrão de primeira, mas aqui ele arrebenta. O tempo todo tirando sarro de si mesmo, o ator tem a sua melhor atuação como um sujeito beberrão, mulherengo, briguento, reclamão, desagradável, fácil de odiar e ótimo para amar! Cercado de um elenco de desconhecidos (o nome mais "badalado" é o Ted Raimi, conhecido por ser o irmão de Sam...) e filme tem o mérito de revelar Grace Thorsen, que aparentemente não deu a mínima para o filme e também não leva a sério o papel. A atriz, talvez pela despreocupação toda, consegue uma excelente química com Campbell e faz jus ao papel de "gostosa" de plantão. No melhor estilo dos filmes B, My name is Bruce tem ótimos efeitos capengas e excelentes atuações ruins. Os nerds de plantão vão adorar a cena que Jeff oferece uma serra elétrica para Bruce (numa alusão ao personagem Ash de Evil Dead) e ele recusa com a desculpa que faz muita sujeira. A cena é rolar de rir, entre outras que Campbell faz referências a seus filmes anteriores. O filme é um sucesso entre os fãs, e gerou inúmeros produtos de merchandising, como bonequinhos.

Quem quiser pode conferir o trailer aí embaixo, e fica a dia para um sábado chuvoso, ou um domingo em que seu time não jogue:

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Quarentena. Mantenha distância! Altamente contagioso.

Acabou a copa! Para quem gosta de futebol vai ser difícil ficar sem jogo, mas para quem gosta de bom futebol, é um alívio ficar livre de todas estas peladas vendidas como grandes jogos. Porém não é para isto que estamos aqui! Aqui é o Beco do Crime e é hora de mais um delito. E aproveitando a onda, vamos falar de vampiros... Já falei da Stephenie Meyer aqui, então desta vez não vou falar mal dela (e nem bem do Stephen King).
Com o novo filme dos vampiros cheios de hormônios chegando no cinema, nova temporada de True Blood e algumas outras coisas de vampiros que andei lendo e vendo, fiquei com uma pulga atrás da orelha.
A bola da vez é o diretor e produtor mexicano Guillermo Del Toro que resolveu se arriscar na literatura. O aclamado diretor de O labirinto do Fauno se junta ao premiado escritor norte americano Chuck Hogan para criar um livro de vampiro diferente de tudo que você já leu. E até que ponto isto é bom? Ou será que é ruim?
O livro se chama Noturno, título bem ruinzinho em português, já o original The Strain - A infestação, numa tradução livre tem mais a ver com a obra. E a história começa quando um avião proveniente de Berlim apaga na pista após um pouso perfeito no aeroporto de Nova York, a equipe de terra desconfia que algo muito grave está acontecendo. Mas eles não tinham idéia de quanto.
A partir do momento que as equipes de emergência conseguem entrar no avião, um moderno jato, completamente “morto” para o mundo, Del Toro e Hogan começam a sua mágica. Logo, o leitor é apresentado ao doutor Ephraim Goodweather e sua equipe, o projeto Canário, membros do CDC (Center for Disease Control/Centro de Controle de Doenças) e incumbidos de descobrir o que aconteceu ao fatídico vôo.
Com exceção de 4 pessoas, o restante dos passageiros e tripulantes estão mortos, e com todo o sangue drenado do corpo. Apesar dos esforços de Ephraim para manter os sobreviventes em quarentena, eles são liberados no meio da população. E em seguida, os corpos da tragédia desaparecem. Logo o médico descobre algo que vai contra tudo que estudou. Quando é abordado pelo ancião Abraham Setrakian e o termo vampiro aparece, o doutor tem que rever seus conceitos.
As vítimas do vôo estão infectadas por um vírus desconhecido e mesmo os considerados mortos estão se reerguendo e partindo em busca de novas vítimas e alimento. E Ephraim e seus aliados descobrem que estão enfrentando muito mais que corpos que voltam a vida. Os seres que estão enfrentando em nada lembram o glamour e elegância dos vampiros tradicionais.
Os vampiros de Del Toro e Hogan são vítimas de uma doença, muito mais próximos da realidade que seus pares místicos. E mais assustadores. São seres que perdem o contato com o seu mundo, podem ter sido um pai ou irmão, mãe ou avó, ou apenas alguém próximo. Não escolhem vítimas, assim como o vírus que os infecta, qualquer um é um alvo e a disseminação é aleatória e crescente.
E este é o grande problema do livro e a minha pulga do começo do delito. Apesar de Noturno manter um ritmo crescente até o clímax e se mostrar uma obra muito bem pensada e estruturada que provoca a espera do segundo livro da trilogia. É muito difícil, pelo menos para mim, ver o livro como um livro de vampiro.
Já tem um tempo que li o livro, e apesar de ter gostado muito, inclusive já falei dele aqui no Beco em outro delito, não consigo tratá-lo como obra “vampírica”. Depois de muito pensar, acho que devo considerar Noturno muito mais um livro de ficção científica mais próximo de Vampiros do espaço de Colin Wilson do que o Drácula de Bram Stoker. Confiram o trailer americano do livro:



Vampiros não tem que ser emos como os Stephanie Meyer (foi mal, não resisti) ou metrossexuais como os de Anne Rice, mas também não podem ser um resfriado ou alergia, caramba! Del Toro e Hogan até tentam solucionar isto com um paciente zero, mas não é a mesma coisa... Estacas de madeira, crucifixos, alhos e caixões fazem falta. Muita falta! Mas também não impedem de curtir o livro e esperar o segundo volume e o filme, já que o mexicano não dá ponto sem nó!
Os comentados do delito, como vocês já sabem estão aí embaixo direto do Submarino para quem quiser conferir .

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Existia vida antes de Chris Nolan...

Rapidinho, (era para sair antes do fim de semana, mas parei para assistir Zumbilândia, hehehe). Sei lá porque cargas d'água este filme me voltou a cabeça... Mas de tanto escutar falarem que o Batman - The Dark Knight é o melhor filme do Batman, achei que já estava na hora de também expressar minha opinião. Acho Dark Knight do cacete! Ponto! Além de ter gostado muito do filme, tenho fortes ligações afetivas com a película de Christopher Nolan (foi o último filme que vi no cinema com meu pai), mas assim como em Batman Begins, ainda tenho uma certa dificuldade em aceitar aquele Batman como o Batman que conheço dos quadrinhos e dos desenhos. E como no primeiro filme de Tim Burton, o filme é o que é graças ao Coringa (tanto Heath Ledger com Jack Nicholson arrebentam).
Então é com este pensamento, que o filme não é exatamente o filme do Batman, e sim do palhaço, é que Batman Dead End cresce tanto no meu conceito.
Batman: Dead End faz parte de um gênero conhecido como fan film (aqui mesmo no Beco já tivemos algumas mostras). Realizado pelo americano Sandy Collora o filme foi lançando durante a San Diego Comic Con, em 2003 e logo depois chegou a internet.
A trama, muito louca, mostra o Batman saindo em perseguição ao Coringa que acaba de fugir do Asilo Arkham. Mas a caçada é interrompida pela chegada de alguns Aliens (sim, o próprio bichão que aporrinhava a tenente Ripley) e uma tropa de Predatores (os inimigos do Dutch, para quem não está ligando o nome a pessoa).
Para quem está se perguntando, como o cara pode considerar uma história tão alucinada um bom filme do Batman, a resposta é mais simples do que parece: pelo simples fato do Batman não usar uma armadura preta a prova de balas...
Collora conseguiu criar um uniforme realista seguindo a linha dos quadrinhos sem ficar rídiculo como ficava em Adam West... tá certo que o físico do ator (Clark Bartram) ajudou mais do que o do barrigudo West. Mas Collora prova que é possível ser fiel sem deturpar tudo... O visual do filme segue a linha consagrada do Morcegão, beco escuro, fumaça... E além de tudo tem uma lutada sem fios, efeitos matrix ou o tigre e o dragão. E, para quem não bota fé, na minha opinião, Kevin Smith também acha que este é o melhor filme do Batman já feito. Para quem quiser conhecer o curta:


A legenda em croata é uma homenagem a Davor Suker... e seguindo a tradição aí embaixo tem algumas dicas do Morcegão para quem quiser:

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Homem morto não conta história

Fãs do Beco, o tempo é escasso e não é sempre que posso navegar por este espaço com a tranqüilade, carinho e atenção que o Beco e vocês merecem, mas como sempre, quando eu consigo é porque tenho uma ótima razão. E desta vez, mais do que nunca o delito faz justiça ao nome do blog.
Quando moleque eu me amarrava em piratas, mas havia poucos filmes, revistas, ou livros. O mais conhecido era o Capitão Gancho... me lembro de ter visto o filme do Polanski e mais tarde A ilha da garganta cortada (razóavel para uma sessão da tarde), li ainda O corsário negro, mas não tinha muito mais que isto. Até aparecer seu Disney e seus Piratas do Caribe (bons filmes, mas sem a realidade e crueldade que os piratas deveriam ter) então quando caiu na minha mão este livro, não pude deixar de passar aqui e dividir com vocês.
Homem morto não conta história. Este sempre foi um dos ditos mais populares e conhecidos entre os lemas dos piratas do século XVII. Mas, parece que no século XXI, isto não é verdade. Homem morto conta história, sim. E muito bem! Latitude Pirata é o mais novo livro do norte-americano Michael Crichton a chegar as livrarias, e mais de um ano após a sua morte. O livro foi encontrado por um assistente de Crichton em um dos seus computadores junto com um outro original, este inacabado. Segundo Jonathan Burnham, um dos editores de Crichton no exterior, o livro foi escrito ao mesmo tempo de Next. Só esta história já tornaria o livro digno de figurar aqui no Beco, mas não é só isto.
Latitudes Pirata se passa em 1665, e a trama começa em Port Royal, Jamaica, quando o corsário inglês Charles Hunter é contratado por Sir James Almont, governador local, para liderar uma expedição a Matanceros, fortaleza espanhola localizada em uma ilha dos caribe. Segundo informações que chegaram a Port Royal, um galeão espanhol repleto de tesouros está ancorado na ilha, aguardando uma escolta para levar seus tesouros a Espanha.
Um parentesis rápido, nesta época havia uma distinção entre piratas e corsários, os corsários, normalmente navegavam sob a bandeira de uma nação, trabalhando como uma espécie de agentes independentes, atacando determinados návios e portos muitas vezes com uma conotação política além de comercial e possuiam com um código de honra rígido. Diferente dos piratas que atacavam com crueldade tudo e a todos, sem nenhum tipo de distinção. Fecha parentesis.
De posse desta informação, Hunter convoca sua tripulação e veleja para capturar a embarcação na própria baia de Matanceros. Entretanto, após poucos dias de viagem, sua própria nau, Cassandra, é capturada por um barco de guerra espanhol, comandado por Cazalla, o infame comandante de Matanceros.
Preso no barco espanhol, Hunter e sua tripulação são barbaramente torturados, mas conseguem empreender uma ousada fuga e retomar a viagem antes que Cazalla consiga retaliar. Começando uma corrida contra o tempo para realizar a missão.
Quando chegam a ilha, os corsários desembarcam no lado oposto da fortaleza e partem em uma árdua jornada através da selva e penhascos do local para invadir a fortaleza por trás antes da volta de Cazallla.
Os corsários ainda são forçados a enfrentar a fúria dos sobreviventes de Matanceros, canibais, traições entre eles e até mesmo um monstro marinho! Todos os clichês dos filmes de piratas dizem presente nesta livro. O que não é um problema, muito pelo contrário.
Seguindo o linha consagrada pelos filmes Onze homens e um segredo e Uma saída de mestre, o autor norte-americano cria um grupo de corsários que conquista o leitor (todos os estereotipos estão presentes, o galã e antiheroi que comanda tudo, ajudante fiel e mais experiente, o personagem cômico, o traidor, a mulher, o silencioso) enquanto parte para a execução do mirabolante plano para roubar o galeão espanhol.
Michael Crichton já havia mostrado em O grande roubo do Trem e Linha do tempo um enorme talento para reconstituições históricas. Detalhista e dono de um timing perfeito, Crichton recria uma Port Royal realista e brutal, como deveria ser na época. Sem medo, o autor mostra os corsários e espanhóis como homens duros dispostos a qualquer coisa para conseguir o seu tesouro.
É um grande alento para quem gosta de piratas, enfim encontrar um livro que retrate de maneira fiel, sem os tons pasteis da diversão para toda a família que a disney e Johnny Depp hoje forçam abaixo da nossa garganta. Sou fã dos livros de Michael Crichton e comecei a ler os livros deles por Rising Sun só depois que parti para os dinossauros e afirmo com certeza que Latitudes Piratas é um dos melhores livros dele exatamente por ter coragem de mostrar sangue! Que pena que o rei está morto. Longa vida ao rei.
Aí embaixo para quem quiser, O parque dos dinossauros e o que começou tudo Sol Nascente:

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Um corcunda no Beco

Consegui dar uma parada nos outros assuntos (tem gente que vai reclamar...) e meu lado criminoso tomou o controle, afinal já estava mais que na hora de dar uma passada no Beco do Crime. E , mais uma vez, vamos falar de livros. Livros de advogados. Livros de advogados que investigam crimes. Pode ser um assunto mais que batido, mas ainda tem gente capaz de tirar um coelho da cartola e surpreender. O nome do cara que conseguiu esta façanha é C.J. Sansom e o livro em questão é Dissolução.
Lançando em 2003, Dissolução é o primeiro romance policial de Sansom e acompanha as aventuras do advogado Matthew Shardlake.
Até aí tudo igual e nenhuma novidade... O “troço” começa a ficar bom, quando descobrimos que a trama se passa no século XVI, em plena inglaterra reformista. E Shardlake é um dos homens de confiança de Thomas Cromwell.
Um rápido apêndice histórico para situar os fãs do Beco. Em 1533, Henrique VIII, da casa dos Tudors, se casa com Ana Bolena e rompe, definitivamente, com o papado. Nos anos seguintes, as relações com os católicos se tornariam cada vez mais conturbadas, culminando no Ato de Supremacia. A religião oficial passa a ser a anglicana, subordinada ao rei. A cruzada contra a Igreja Católica é liderada pelo temido Thomas Cromwell, vigário-geral e braço-direito do monarca. Uma de suas funções é dissolver as casas monásticas inglesas e distribuir as riquezas para os protegidos do rei, pelos lances mais altos. Dito isto vamos ao que interessa:
A trama do nosso livro se passa em 1537 e Henrique VIII já se autoproclamou Chefe Supremo da Igreja e transformou Cromwell no seu vigário-geral. O país está despertando para novas leis, julgamentos armados e manipulados e uma grande rede de dedo-duros e corruptos nunca vista. E seguindo as ordens de Cromwell, uma equipe de comissários é despachada por toda a Inglaterra para investigar os mosteiros e dissolvê-los!
Mas na costa de Sussex, no mosteiro de Scarnsea as coisas fogem “um pouco” de controle. O primeiro enviado do vigário é encontrado morto, com a cabeça decepada. Este macabro crime somado a sinistros atos de vandalismo e sacrilégio fazem Cromwell enviar Matthew Shardlake para o local.
Shardlake é conhecido como o corcunda mais esperto das cortes inglesas (é isto aí, nosso herói é um corcunda) e tem plenos poderes para investigar e tomar as medidas necessárias para resolver o problema de maneira rápida e discreta e sem chamar a atenção do rei...
O barato da história é a ambientação perfeita que C.J. Sansom apresenta aos leitores, o autor além de advogado, tem phD em história e entende do que fala. Além de uma atenção a detalhes e descrições realistas, Sansom cria um personagem complexo e apaixonante, Mathew Shardlake é uma mistura de Sherlock Holmes com Quasímodo e como narrador da história passa aos leitores todas as suas dúvidas e sua dor, tanto espiritual como física.
Dissolução é uma obra premiada, vencedora do Crime Writers' Association Dagger awards em 2003. A primeira vista a trama lembra muito o clássico O nome da rosa, de Umberto Eco, e alguns chegam a dizer que o livro é O nome da Rosa do ano 2000... Exagero?
Eu gostei. E muito! Aí embaixo, o fã do Beco pode comprar o livro (e os outros dois volumes - já li Fogo Negro e também gostei - com as aventuras de Shardlake) chegar a própria conclusão.


domingo, 14 de março de 2010

Neil Gaiman é meu pastor e nada me faltará...

Nem tudo é festa, mas se você é atropelado por um trem, a culpa é sua de ter pulado no trilho... Mas, vou deixar a lamentação para outra hora e vamos logo ao que interessa. Quero aproveitar que estou pegando um bom ritmo e trazer logo um novo delito para os fãs.
Em crimes passados, já falei um pouco de Warren Ellis, e esculhambei o Alan Moore (de leve, ainda pretendo fazer isto com mais firmeza). Agora, chega a hora de falar um pouco de Neil Gaiman.
Acabei de ler o novo livro do inglês, O Livro do Cemitério. E o que achei? Bem... antes vou contar a vocês quem é Neil Gaiman e porque ele merece um espaço no Beco do Crime.
Neil Gaiman é inglês (óóó... tá certo que já disse isto lá em cima, mas sou que estou contando a história, então...) e hoje mora no Estados Unidos, em Minneapolis, isto prova porque ele é tão peculiar... Seu começo como escritor foi difícil, recusado por vários editores, Gaiman adotou o jornalismo como meio de vida, pensando que assim conseguiria fazer networking (palavra da moda para os marqueteiros de plantão) e mais tarde conseguir publicar seus textos.
Seu primeiro livro veio destas conexões, uma biografia da banda Duran Duran, seguido por Don't Panic: The Official Hitchhikers Guide to the Galaxy Companion, sobre a obra genial de Douglas Adams, O mochileiro das galáxias (bom tema para um delito, podem me cobrar).
Logo fez amizade com Alan Moore e passou a escrever quadrinhos. Na companhia do ilustrador Dave McKean, seu colaborador mais freqüente, Gaiman produziu pequenas jóias, com Violent Cases e Signal to Noise. O sucesso destes álbuns o levou a DC comics e àquele personagem que seria um divisor de águas em sua carreira, Sandman. Até então, um personagem de segundo escalão, ignorado por muitos. Mas que cai nas mãos de Gaiman, junto com uma carta branca par fazer o que bem entendesse. A série narra as aventuras de Morpheus, a personificação do sonho. E com os textos do inglês e ilustrações de variados artistas se tornou um fenômeno pop inexplicável, arrebanhando fãs ardorosos e foi uma das séries responsável por tornar os quadrinhos respeitáveis aos olhos do grande público. Sandman começou em 1988 e terminou em 1996, quando Gaiman anunciou simplesmente que a história que começou na primeira edição havia terminado seu curso natural. E transformou para a sempre a carreira de Gaiman e a relação do mundo com os quadrinhos.
Este sucesso permitiu que Gaiman embarcasse para outras águas e publicasse livros como Deuses Americanos, Coraline e Os lobos dentro das paredes (pausa para os comerciais: Os lobos, na versão nacional, tem tradução deste famigerado Gênio do Crime que vos escreve. E... de volta a programação normal). Assim como fez com Sandman, o autor usa e abusa de sua imaginação, sem o menor medo de parecer ridículo ou louco. A grande diferença para nós, loucos terrenos, é a capacidade de transformar esta loucura em algo com sentido e atrativo.
Com uma carreira literária consolidada, vários prêmios e reconhecimento da crítica, falta a Gaiman apenas uma coisa para se tornar um verdadeiro sucesso pop, um filme em hollywood decente de sua obra, Stardust e Coraline são bons filmes, mas não são “os sucessos” que poderiam ter sido. Sua série para TV, Neverwhere também ficou devendo neste quesito. Ele mesmo já dirigiu um filme, Mirrormask e roterizou o recente Beowulf, sem grandes comemorações.
E agora que já vocês conhecem um pouco de Neil Gaiman, vamos a O Livro do Cemitério.
A trama começa quando uma família é impiedosamente assassinada por um misterioso homem chamado Jack e um bebê resolve escapar de seu berço e se aventurar pelo mundo. Uma série de coincidências, aliada a uma grande dose de sorte salva o pequeno de ter um destino tão trágico quanto o de sua família.
Com um começo sombrio e violento, diferente do seu habitual o escritor inglês provoca arrepios no leitor. A história do bebê sortudo e fujão continua quando ele chega a rua e sobe a colina em direção ao velho cemitério. Mas é perseguido pelo assassino de seus familiares, o homem chamado Jack (este é nome do personagem). Já dentro do cemitério o neném conhece os habitantes do local. Fantasmas de outras épocas que vivem em suas covas e mausoléus, e que por circunstâncias do destino são forçados a adotar e batizar o bebê, agora chamado de Ninguém Owens, para salvá-lo do seu perseguidor.
Ninguém passa a viver no cemitério da colina, adotado por um simpático casal de fantasmas e amado pelos outros moradores do lugar. Um desses moradores, o misterioso Silas, assume a responsabilidade de ser o guardião do garoto. Sendo o único vivo que mora no cemitério, apesar dos seus hábitos nortunos e habilidades fantásticas, ele é o responsável por trazer comida, livros e tudo que o garoto precisa do mundo terreno “normal”.
Com ternura e talento, Gaiman narra as aventuras de Ninguém pelos caminhos do cemitério. Entre lápides e covas, junto a velhos fantasmas, almas penadas e até mesmo uma feiticeira enforcada, o leitor vai acompanhado o crescimento de Nim, desde um pequeno bebê, até um jovem adolescente. Gaiman ainda encontra espaço para trazer uma amiga de fora do cemitério para Ninguém. Entretanto mesmo depois de todo este tempo, a sombra do seu perseguidor ainda paira sobre o jovem. E o destino caminha para um embate final entre os dois, quando o Ninguém vai descobrir muito mais do que esperava sobre o mundo e as pessoas.
Assim como já fez em Coraline e Os lobos dentro das paredes, Neil Gaiman cria um mundo fantástico e fascinante dentro de um pequeno cemitério, a fantasia impera e sua imaginação parece não ter limites. Ninguém e seus companheiros de cemitério são personagens adoráveis e mesmo os mortos são cheios de vida e alegria como raramente se acha em outros livros. Até mesmo o homem chamado Jack.
Novamente com o acompanhamento de luxo das belas (e sombrias) ilustrações de seu velho colaborador Dave Mckean, o autor traz para o leitor um livro estupendo. E fica claro porque é um dos mais badalados escritor da atualidade. Com toda justiça.
Sou um leitor voraz, e há muito tempo não lia um livro tão simples e ao mesmo tempo tão bom. A leitura é rápida e repleta de referências que você pode se divertir tentando descobrir.
Aqui o site internacional do livro: www.thegraveyardbook.com
Aí embaixo você encontra as muambas do Beco, quem quiser ler mais algum coisa de Neil Gaiman, pode escolher entre as várias sugestões, enquanto espera o lançamento de O livro do Cemitério. E eu fico na torcida para que usem a capa aí de cima.