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Papai King e Joseph Hillstron King |
Nesta volta
ao Beco do Crime, vou tentar algo diferente. Até para conseguir vir aqui mais
vezes, pretendo simplificar um pouco os delitos... quer saber... vou nada... o
que me diverte é escrever e passar as informações completas e minhas opiniões
todas... se começar a falar menos perde a graça... Dito isto, vamos ao que
interessa...
Em todas as
áreas existem filhos que querem seguir os passos dos pais. E pais que querem
que os filhos ocupem seus lugares... Esta relação nem sempre é garantia de
sucesso, na verdade, os exemplos de filhos que não conseguem chegar aos pés dos
pais são inúmeros. Nos esportes temos um monte, o mais emblemático talvez seja
do próprio Pelé. Seu filho resolveu ser jogador também, mas diferente do pai,
quis ser goleiro, sem problema... o cara quase chegou aos mil gols também... hehe... Na formula 1,
dois casos distintos, os britânicos Graham Hill e seu filho Damon, que foi campeão do
mundo e tricampeão brasileiro Nelson Piquet, que não conseguiu emplacar o seu
filho Nelsinho. No cinema temos vários outros, e nesta área o sucesso da família já é
mais comum, só para citar alguns temos Kirk e Michael Douglas e Toni Curtis e Jamie Lee
Curtis entre outros...
Até mesmo
nos quadrinhos temos alguns como a família Kubert com Joe e seus filhos Adam e Andy e
John Romita e John Romita jr, veteranos desenhistas do Homem Aranha.
Mas e na
literatura? Tirando a nacional família Veríssimo, o único outro nome que me vem a cabeça
são os Kings. Quem? Ele mesmo, Stephen King e seu filho Joseph Hillstrom King,
ou simplesmente Joe Hill.

Historinha
muito bonita, funciona otimamente para os marqueteiros das editoras (está aí a
J.K Rowling que não me deixa mentir – mas isto é caso para outro delito), porém
a pergunta de um milhão de dólares é: o cara tem talento?
Sim. E podia
terminar por aqui... Mas não vou fazer isto com vocês...

O Pacto
ainda vai gerar muito burburinho por aí, pois está virando filme com Daniel
Radcliffe, o Harry Potter, no papel de Ig Perish, um rapaz que um dia acorda e
descobre que está crescendo chifres em sua cabeça (não pensem besteira, a
namorada de Igg foi assassinada). Junto com os chifres, Ig ganha alguns poderes
sobrenaturais, como a capacidade de ler mentes e fazer as pessoas revelarem seus mais escuros
segredos. E a oportunidade de descobrir o assassino de seu namorada. Ainda
fiquei com algumas restrições quando vi o título em português, o original Horns
é muito mais expressivo, mas depois pensando bem, vi que um livro intitulado
Chifrudo não teria muita chance de sucesso por aqui...
O fato é que
a obra é muito bem escrita, cheia de ação e com um grande humor negro. O pacto
mostra que Hill aprendeu direitinho as lições de papai King.
Locke &
Key é muito legal, tem ótimos desenhos e uma trama interessante. Depois do
assassinato do seu pai, os irmãos Locke, Tyler, Kinsey e Body se mudam junto com a mãe
para a antiga casa da família, a mansão Keyhouse. Cheia de mistérios, a casa é
uma atração para os garotos que logo começam a achar algumas chaves especiais
que liberam incríveis poderes, como a capacidade de retirar as memórias da
cabeça de uma pessoa, transformar pessoas em fantasmas entre outros... Mas os
jovens descobrem que não são os únicos a procura das chaves, um demônio conhecido
como Dodge está em busca de uma chave muito especial e sabe muito sobre o
passado do patriarca da família Locke. Por ser uma história em quadrinhos,
todas as viagens de Hill se tornam realidade nos traços do artista Gabriel
Rodrigues. Quadrinhos de primeira.
Todavia
(enfim consegui usar esta palavra!) na minha modesta opinião, a Estrada da
Noite é o melhor dos livros de Joseph Hillstrom. Uma história de fantasmas de
primeira!
A trama é a
seguinte: Roqueiro das antigas, Judas Coyne está aposentado e agora passa o
tempo colecionando artefatos mórbidos, como a confissão de uma bruxa, um filme
snuff e sua última aquisição, o terno de um morto! O roqueiro é informado que o
espírito do morto está diretamente ligado ao traje e vai junto não importa para
onde o terno vá. Para Judas, a chance de comprar o terno e de quebra um
poltergeist é irresistível.

Quando Danny
Wooten, seu assistente, descobre que está em perigo e pede demissão, Judas
resolve investigar mais sobre o terno e o fantasma. E aí, que a história
esquenta, o fantasma se chama Craddock Mcdermott e era o padrasto de uma garota
que Judas namorou por um tempo. Florida (Judas renomeava todas suas namoradas
com nomes de seus estados de origem, depois de Florida veio Georgia) se matou e
o padrasto (ou fantasma do padrasto) quer vingança por achar que Judas é o
responsável pela morte da menina.
E a partir
daí o livro pega fogo! Judas e Georgia descobrem que o velho músico não tem
culpa nenhuma do suicídio de Florida, pelo contrário, a menina tinha uma
história traumática e conturbada com seu
padrasto e Judas foi uma das poucas pessoas a tentar ajuda-la.
A família de
Florida, irmã e padrasto, é responsável pelo suicídio. Craddock era um filho da puta (desculpem meu francês) que abusava das filhas e tinha uma queda para o ocultismo, e com isto consegue "amarrar" sua alma ao terno. A medida de que Judas e
Georgia avançam em sua investigação descobrem que existem muito mais esqueletos
no armário dos Mcdermott.
Batalhas
sobrenaturais, poltergeists, sangue, violência... Joe Hill usa de tudo e mais
um pouco para entregar ao leitor um livro sensacional. Quem gosta de história
de fantasma vai ficar assombrado (desculpem o trocadilho, não resisti...) com
Estrada da Noite.
Joseph
Hillstrom King prova que o talento, neste caso, veio de berço... Agora é
esperar para ler o novo dele, NOS4a2.
Vou começar
uma tradição aqui no Beco, vou falar rapidamente do que estou lendo ou
assistindo e o que está na fila.
Em
julgamento: X-factor de Peter David, depois de um bom tempo sem ler quadrinhos
tradicional, ler as histórias de Madroxx e companhia tem sido bem relaxante.
Hemlock
Grove, o livro até agora está interessante. Suspense muito bem escrito. Quando
terminar pretendo assistir ao restante da série, o primeiro episódio foi muito
bom.
The good
guys, série com Colin Hanks e Bradley Whitford, clássica tira certinho-tira
doidão, vale uma olhada pela química dos personagens e pela gracinha da Jenny
Wade no papel de Liz Traynor. Colin Hanks é filho de Tom Hanks (outro exemplo
de família no mesmo ramo para encerrar o delito de hoje)