Fãs do Beco, o tempo é escasso e não é sempre que posso navegar por este espaço com a tranqüilade, carinho e atenção que o Beco e vocês merecem, mas como sempre, quando eu consigo é porque tenho uma ótima razão. E desta vez, mais do que nunca o delito faz justiça ao nome do blog.
Quando moleque eu me amarrava em piratas, mas havia poucos filmes, revistas, ou livros. O mais conhecido era o Capitão Gancho... me lembro de ter visto o filme do Polanski e mais tarde A ilha da garganta cortada (razóavel para uma sessão da tarde), li ainda O corsário negro, mas não tinha muito mais que isto. Até aparecer seu Disney e seus Piratas do Caribe (bons filmes, mas sem a realidade e crueldade que os piratas deveriam ter) então quando caiu na minha mão este livro, não pude deixar de passar aqui e dividir com vocês.
Homem morto não conta história. Este sempre foi um dos ditos mais populares e conhecidos entre os lemas dos piratas do século XVII. Mas, parece que no século XXI, isto não é verdade. Homem morto conta história, sim. E muito bem! Latitude Pirata é o mais novo livro do norte-americano Michael Crichton a chegar as livrarias, e mais de um ano após a sua morte. O livro foi encontrado por um assistente de Crichton em um dos seus computadores junto com um outro original, este inacabado. Segundo Jonathan Burnham, um dos editores de Crichton no exterior, o livro foi escrito ao mesmo tempo de Next. Só esta história já tornaria o livro digno de figurar aqui no Beco, mas não é só isto.
Latitudes Pirata se passa em 1665, e a trama começa em Port Royal, Jamaica, quando o corsário inglês Charles Hunter é contratado por Sir James Almont, governador local, para liderar uma expedição a Matanceros, fortaleza espanhola localizada em uma ilha dos caribe. Segundo informações que chegaram a Port Royal, um galeão espanhol repleto de tesouros está ancorado na ilha, aguardando uma escolta para levar seus tesouros a Espanha.
Um parentesis rápido, nesta época havia uma distinção entre piratas e corsários, os corsários, normalmente navegavam sob a bandeira de uma nação, trabalhando como uma espécie de agentes independentes, atacando determinados návios e portos muitas vezes com uma conotação política além de comercial e possuiam com um código de honra rígido. Diferente dos piratas que atacavam com crueldade tudo e a todos, sem nenhum tipo de distinção. Fecha parentesis.
De posse desta informação, Hunter convoca sua tripulação e veleja para capturar a embarcação na própria baia de Matanceros. Entretanto, após poucos dias de viagem, sua própria nau, Cassandra, é capturada por um barco de guerra espanhol, comandado por Cazalla, o infame comandante de Matanceros.
Preso no barco espanhol, Hunter e sua tripulação são barbaramente torturados, mas conseguem empreender uma ousada fuga e retomar a viagem antes que Cazalla consiga retaliar. Começando uma corrida contra o tempo para realizar a missão.
Quando chegam a ilha, os corsários desembarcam no lado oposto da fortaleza e partem em uma árdua jornada através da selva e penhascos do local para invadir a fortaleza por trás antes da volta de Cazallla.
Os corsários ainda são forçados a enfrentar a fúria dos sobreviventes de Matanceros, canibais, traições entre eles e até mesmo um monstro marinho! Todos os clichês dos filmes de piratas dizem presente nesta livro. O que não é um problema, muito pelo contrário.
Seguindo o linha consagrada pelos filmes Onze homens e um segredo e Uma saída de mestre, o autor norte-americano cria um grupo de corsários que conquista o leitor (todos os estereotipos estão presentes, o galã e antiheroi que comanda tudo, ajudante fiel e mais experiente, o personagem cômico, o traidor, a mulher, o silencioso) enquanto parte para a execução do mirabolante plano para roubar o galeão espanhol.
Michael Crichton já havia mostrado em O grande roubo do Trem e Linha do tempo um enorme talento para reconstituições históricas. Detalhista e dono de um timing perfeito, Crichton recria uma Port Royal realista e brutal, como deveria ser na época. Sem medo, o autor mostra os corsários e espanhóis como homens duros dispostos a qualquer coisa para conseguir o seu tesouro.
É um grande alento para quem gosta de piratas, enfim encontrar um livro que retrate de maneira fiel, sem os tons pasteis da diversão para toda a família que a disney e Johnny Depp hoje forçam abaixo da nossa garganta. Sou fã dos livros de Michael Crichton e comecei a ler os livros deles por Rising Sun só depois que parti para os dinossauros e afirmo com certeza que Latitudes Piratas é um dos melhores livros dele exatamente por ter coragem de mostrar sangue! Que pena que o rei está morto. Longa vida ao rei.
Aí embaixo para quem quiser, O parque dos dinossauros e o que começou tudo Sol Nascente:
Homem morto não conta história. Este sempre foi um dos ditos mais populares e conhecidos entre os lemas dos piratas do século XVII. Mas, parece que no século XXI, isto não é verdade. Homem morto conta história, sim. E muito bem! Latitude Pirata é o mais novo livro do norte-americano Michael Crichton a chegar as livrarias, e mais de um ano após a sua morte. O livro foi encontrado por um assistente de Crichton em um dos seus computadores junto com um outro original, este inacabado. Segundo Jonathan Burnham, um dos editores de Crichton no exterior, o livro foi escrito ao mesmo tempo de Next. Só esta história já tornaria o livro digno de figurar aqui no Beco, mas não é só isto.
Latitudes Pirata se passa em 1665, e a trama começa em Port Royal, Jamaica, quando o corsário inglês Charles Hunter é contratado por Sir James Almont, governador local, para liderar uma expedição a Matanceros, fortaleza espanhola localizada em uma ilha dos caribe. Segundo informações que chegaram a Port Royal, um galeão espanhol repleto de tesouros está ancorado na ilha, aguardando uma escolta para levar seus tesouros a Espanha.
Um parentesis rápido, nesta época havia uma distinção entre piratas e corsários, os corsários, normalmente navegavam sob a bandeira de uma nação, trabalhando como uma espécie de agentes independentes, atacando determinados návios e portos muitas vezes com uma conotação política além de comercial e possuiam com um código de honra rígido. Diferente dos piratas que atacavam com crueldade tudo e a todos, sem nenhum tipo de distinção. Fecha parentesis.
De posse desta informação, Hunter convoca sua tripulação e veleja para capturar a embarcação na própria baia de Matanceros. Entretanto, após poucos dias de viagem, sua própria nau, Cassandra, é capturada por um barco de guerra espanhol, comandado por Cazalla, o infame comandante de Matanceros.
Preso no barco espanhol, Hunter e sua tripulação são barbaramente torturados, mas conseguem empreender uma ousada fuga e retomar a viagem antes que Cazalla consiga retaliar. Começando uma corrida contra o tempo para realizar a missão.
Quando chegam a ilha, os corsários desembarcam no lado oposto da fortaleza e partem em uma árdua jornada através da selva e penhascos do local para invadir a fortaleza por trás antes da volta de Cazallla.
Os corsários ainda são forçados a enfrentar a fúria dos sobreviventes de Matanceros, canibais, traições entre eles e até mesmo um monstro marinho! Todos os clichês dos filmes de piratas dizem presente nesta livro. O que não é um problema, muito pelo contrário.
Seguindo o linha consagrada pelos filmes Onze homens e um segredo e Uma saída de mestre, o autor norte-americano cria um grupo de corsários que conquista o leitor (todos os estereotipos estão presentes, o galã e antiheroi que comanda tudo, ajudante fiel e mais experiente, o personagem cômico, o traidor, a mulher, o silencioso) enquanto parte para a execução do mirabolante plano para roubar o galeão espanhol.
Michael Crichton já havia mostrado em O grande roubo do Trem e Linha do tempo um enorme talento para reconstituições históricas. Detalhista e dono de um timing perfeito, Crichton recria uma Port Royal realista e brutal, como deveria ser na época. Sem medo, o autor mostra os corsários e espanhóis como homens duros dispostos a qualquer coisa para conseguir o seu tesouro.
É um grande alento para quem gosta de piratas, enfim encontrar um livro que retrate de maneira fiel, sem os tons pasteis da diversão para toda a família que a disney e Johnny Depp hoje forçam abaixo da nossa garganta. Sou fã dos livros de Michael Crichton e comecei a ler os livros deles por Rising Sun só depois que parti para os dinossauros e afirmo com certeza que Latitudes Piratas é um dos melhores livros dele exatamente por ter coragem de mostrar sangue! Que pena que o rei está morto. Longa vida ao rei.
Aí embaixo para quem quiser, O parque dos dinossauros e o que começou tudo Sol Nascente:
Um comentário:
Lee, saiu a versão em português de Latitudes piratas, confira e veja se gosta pelo menos da capa.
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